Polícia diz que menor é mesmo o assassino de socialite

O rapaz suspeito de ter dado o tiro havia confessado o crime logo no primeiro depoimento. Mas depois mudou a versão e acusou outro menor de idade

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Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia considera esclarecido o assassinato da socialite Ana Cristina Gianini Johannpeter, em um assalto na noite de quarta-feira, no Leblon. Segundo o chefe da Polícia Civil, Ricardo Hallack, o autor do disparo foi mesmo um menor de 17 anos, preso ainda na quinta-feira, mas que havia dado dois depoimentos diferentes. Com ele, participaram do crime Marcelo de Mello Valério, de 21 anos, e outro menor, de 17. Os dois estão sendo procurados. O menor suspeito de ter dado o tiro havia confessado o crime logo no primeiro depoimento. Mas depois mudou a versão e acusou outro menor de idade. Neste domingo, a polícia ouviu um taxista que estava parado no engarrafamento atrás do carro de Ana Cristina, considerado testemunha-chave nas investigações. "O depoimento da testemunha foi fundamental", afirmou Hallack. Segundo ele, o taxista reconheceu o autor do disparo e Marcelo, que guiava a bicicleta usada pelos criminosos. O terceiro integrante foi apontado nos depoimentos do menor. Segundo Hallack, os três são moradores da Cruzada São Sebastião, condomínio de baixa renda localizado no Leblon. "Eles pegaram um revólver com um amigo e foram praticar assaltos em uma esquina movimentada do bairro. Quando a vítima parou perto da esquina, Marcelo e um dos menores de idade saíram de bicicleta em direção a ela. O outro ficou de vigia na calçada", contou o chefe da Polícia Civil. Ele disse que, devido ao nervosismo, Ana Cristina teria tirado o pé do freio, fazendo o carro se movimentar, o que teria provocado o disparo. A polícia vai encaminhar os dados da investigação ao Ministério Público, para que a denúncia seja aberta. Já foram emitidos um pedido de prisão temporária para Marcelo e um mandado de busca e apreensão para o outro menor. Se condenado, Marcelo pode pegar entre 20 e 30 anos de detenção. Os menores estão sujeitos a medidas sócio-educativas, podendo passar até três anos em centros de recuperação. "A prisão dos dois é questão de tempo", afirmou o chefe da Polícia Civil. O autor do disparo foi encaminhado ao Instituto Padre Severino, de recuperação de menores, de onde saiu há cerca de um mês. Ele foi detido no final de setembro por assalto. "Ele ficou pouco mais de 30 dias no Padre Severino e depois foi considerado recuperado", contou Hallack, criticando a legislação brasileira para o tratamento de menores criminosos. "Se um garoto mata alguém na noite anterior ao seu aniversário de 18 anos, será tratado como menor", afirmou.

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