A Polícia Civil do Rio e a Companhia Estadual de Água e Esgoto descobriram um grande esquema de furto de água na região portuária do Rio. Segundo a investigação, a empresa Transmar Rio Transporte Marítimo Ltda não só não pagava a conta de água desde 2004, como ainda retirou o hidrômetro (instrumento que mede o consumo) e fez uma ligação clandestina pela qual desviava milhões de litros anualmente.
Transportada em carros-pipa com capacidade para até 30 mil litros, a água furtada vinha abastecendo rotineiramente estaleiros, plataformas, navios e chatas. A empresa Bric Log, que presta serviços de apoio portuário, como atracações e embarque e desembarque de cargas, foi identificada como uma das que se beneficiaram do "gato". Ela receberia o suficiente para abastecer quatro cisternas, num total de dois milhões de litros.
A investigação foi desencadeada pela Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), em conjunto com técnicos da Assessoria de Segurança Empresarial da Cedae. De acordo com os investigadores, o esquema era tão organizado que a Transmar possui uma equipe de onze pessoas só para tocá-lo. Furto de água mediante fraude é crime previsto no Código Penal e pode render até dois anos de prisão.
O vaivém dos caminhões-pipa foi flagrado durante a operação da polícia e da Cedae, que a apelidou de "Gato Offshore". Um dos veículos foi apreendido pela DDSD e o motorista foi chamado a dar esclarecimentos. A reportagem do Estado esteve nesta quarta-feira, 20, na Transmar e na Bric Log, ambas localizadas na área portuária do Rio, mas não havia nenhum responsável para dar informações (hoje foi dia de São Sebastião, feriado no Rio).