Polícia do RJ encontra dois paióis escondidos

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Por Agencia Estado
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro estourou, na manhã desta quinta-feira, dois paióis de armas, munição e drogas, que estavam escondidos em fundos falsos de duas casas no alto do Morro da Mineira, na zona norte da capital fluminense. Em meio ao armamento, estava uma metralhadora P-30 antiaérea e mais de mil cartuchos. Segundo os policiais, o material seria usado numa invasão a uma favela rival esta noite. Vestindo um colete à prova de balas, o chefe da Polícia Civil, delegado Álvaro Lins, acompanhou a operação. Um casal foi preso. As duas casas ficam na rua Dr. Agra e o acesso aos depósitos era mecânico. O primeiro paiol descoberto pelos policiais ficava atrás de um fogão, numa parede azulejada falsa. Quando o interruptor de luz era retirado, surgia uma alavanca que acionava a porta do fundo falso. O compartimento ficava no mesmo nível do chão e tinha três metros de comprimento por 60 cm de largura. Na segunda casa, o esconderijo foi construído cinco metros abaixo do piso do banheiro. O procedimento era o mesmo. Acionada, a alavanca atrás do interruptor movia o espelho que escondia o porão. Para chegar ao quarto de nove metros quadrados, descia-se por uma escada. Além de armas, munição e drogas, o local abrigava uma cama de alvenaria, um banheiro e um ventilador. Um fuzil Ruger, de fabricação americana, e a metralhadora antiaérea estavam pendurados na parede. Também foram apreendidos na operação um fuzil calibre 762, uma metralhadora M-9 M972, fabricada pela Taurus, três rádios de comunicação, quatro celulares, carregadores, cocaína, maconha, uma granada acionada por lança-rojão e duas fardas camufladas. A munição era para pistolas, revólveres e fuzis. Na segunda casa, a polícia prendeu um casal que disse estar morando lá há pouco tempo. Segundo os policiais, eles não sabiam do paiol. Os nomes não foram revelados. Arquitetura - Bem acabados e planejados, os esconderijos surpreenderam os oito agentes que foram à favela. "É um trabalho bem engenhoso, que chamou a atenção pela arquitetura. Sem saber o que você vai encontrar, não dá para perceber nada", disse o delegado Luiz Alberto Andrade, diretor da Polinter. Andrade contou que a polícia estava investigando a existência dos paióis havia dois meses e anteontem à noite recebeu uma denúncia, informando que bandidos iriam invadir o Morro do São Carlos, vizinho à Mineira. O morro era dominado pelo traficante Irapuan David Lopes, o Gangan, morto numa operação policial há uma semana. O ataque partiria da Mineira, mas contaria com o apoio de criminosos do Morro da Providência (centro), do Borel e Andaraí (zona norte). Para o delegado, o armamento e a munição chegaram à favela há três semanas. "Essa operação programada por eles (traficantes) foi frustrada. No momento, acredito que haja uma estagnação, mas não vai parar por aí", disse ele, prevendo novas tentativas de invasão. Apesar disso, Andrade estima que os paióis sejam antigos, pelo tempo de uso.

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