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Polícia encontra sangue humano e fios de cabelos em sítio de Bruno

Material, que estava em um dos quartos do imóvel de Minas, será comparado com DNA de Eliza

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Por Redação
Atualização:

BELO HORIZONTE - Uma busca da Polícia Civil localizou vestígios de sangue humano em um quarto da residência do sítio do goleiro Bruno Fernandes no condomínio Turmalina, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. O cômodo foi apontado pelo primo do goleiro, Sérgio Rosa Sales, como um dos locais em que Eliza Samudio foi mantida em cativeiro antes de ser executada. O suposto sangue foi localizado em um colchão. De acordo com a delegada Alessandra Wilke, peritos encontraram também fios de cabelo na casa.

 

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O material recolhido passará por análise e exame de DNA, que poderá comprovar se são da ex-amante de Bruno. Sérgio, que tem colaborado com a investigação, acompanhou a nova vistoria no sítio, iniciada na noite de terça-feira e que avançou pela madrugada de hoje. O suspeito, que cumpre prisão temporária, foi levado para o sítio, onde permaneceu durante cerca de 50 minutos. Ele apontou cômodos e áreas da propriedade onde Eliza teria sido mantida presa no início de junho. Foram feitos novos testes com Luminol, o reagente que identifica manchas de sangue.

 

Policiais que estiveram na residência do sítio hoje pela manhã, encontraram o local diferente do que foi deixado na madrugada e decidiram registrar uma ocorrência. Foram recolhidos também restos queimados de peças íntimas e fraudas.

 

Segundo o chefe do Departamento de Investigação (DI), delegado Edson Moreira, a materialidade indireta já está comprovada "Estamos buscando a direta", ressaltou, observando, porém que "a cada dia que se passa as provas vão ficando mais robustas, os fatos vão ficando mais latentes."

Peritos também recolheram material na casa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado nas investigações como o autor da execução e ocultação do cadáver de Eliza.

 

Moreira disse que foram recolhidos partes de concreto da residência, localizada no bairro Coqueirais, em Vespasiano, também na região metropolitana da capital. Foram apreendidos ainda "outros objetos úteis para a investigação", conforme o delegado, entre eles documentos e um capacete.

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Conforme uma das versões, Bola, estaria em uma moto quando se reuniu ao grupo liderado por Bruno, no dia 9 de junho. Foi apreendido também um computador. "Temos que ver o que tem nessa CPU", disse Moreira. O material seria encaminhado para o Instituto de Criminalística.

 

GPR. Durante a tarde, a expectativa era que supostos restos mortais de Eliza poderiam ser localizados no local, mas após seis horas as buscas foram encerradas. Na operação de hoje, os policiais contaram com o auxílio de profissionais e de um equipamento do Departamento de Geologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), chamado GPR, que faz varreduras no solo e paredes da residência.

A intenção era averiguar se os ossos da jovem teriam sido "concretados" na residência, como descreveu o adolescente J., em depoimentos anteriores. Dois cães farejadores participaram das buscas e indicaram possíveis vestígios debaixo de uma escada. O GPR apontou também que o chão estaria oco e com cheiro muito forte. A princípio, nenhum vestígio humano foi localizado. "Como ele apontava e nós não conseguíamos encontrar, resolvemos recolher para analisar", disse Moreira. "Aquela casa por natureza é fedida."

 

Delação. Diante da dificuldade de localização dos restos mortais, os delegados ainda tentam encontrar subsídios que indiquem o real local em que os restos mortais foram ocultados. E trabalham também com a hipótese de que eles tenham sido queimados. "Os depoimentos mencionam mesmo local da execução. A ocultação dos restos mortais podem estar ali ou não", observou Alessandra.

 

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Para avançar na investigação, a polícia poderá oferecer o benefício da delação premiada para Sérgio e J. O adolescente voltou a prestar depoimento hoje, que foi interrompido, mas será retomado amanhã. "Ele permanece cooperativo, praticamente confirma os depoimentos anteriores", disse a delegada Ana Maria Santos. "Eu diria que ele está arredondando o depoimento."

 

A nova investida por provas e pelos restos mortais de Eliza foi iniciada após novos depoimentos de testemunhas e investigados, como Elenilson Vitor da Silva, administrador do sítio de Bruno. Embora Elenilson e a maior parte dos suspeitos que estão presos tenham optado pelo silêncio durante os depoimentos, Moreira disse que "apareceram indicativos" nos interrogatórios.

 

Habeas corpus. O advogado Ércio Quaresma, que representa Bruno e outros cinco suspeitos, disse hoje que estudava o inquérito e que provavelmente amanhã entrará com um pedido de habeas corpus em favor do goleiro. Os advogados de defesa decidiram que os pedidos serão solicitados individualmente, e o primeiro será para a libertação do goleiro. Zanone Júnior, que representa Bola, alegou que até o momento não há "qualquer prova direta que possa incriminar" seu cliente.

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Texto atualizado às 19h35.

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