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Polícia encontra suspeito de participar de tiroteio em Moema

Menina de 13 anos que foi vítima de bala perdida corre o risco de ficar paraplégica

Por Agencia Estado
Atualização:

Até a meia-noite de quarta-feira, 28, a polícia havia encontrado apenas um dos suspeitos de participar do assalto a banco que acabou em tiroteio na tarde de quarta em Moema, na zona sul de São Paulo. O homem foi encontrado às 18 horas no Hospital Geral Pirajuçara, em Embu, baleado com nove tiros. Pelo menos seis pessoas ficaram feridas no tiroteio, pelo menos três delas vítimas de balas perdidas. Uma das vítimas, Priscila Artigio, de 13 anos, teve lesões na medula e no rim e corre risco de ficar paraplégica, segundo boletim médico divulgado pelo Hospital Alvorada, também na zona sul, onde ela permanece internada na UTI. Na tarde de quarta-feira, a quadrilha havia dominado uma agência do Itaú, na Avenida Ibirapuera, em Moema. Os ladrões reuniam o dinheiro quando um homem de terno preto entrou no banco e caminhou em direção aos caixas eletrônicos. Viu e foi visto por um dos bandidos. O homem hesitou um instante, mas logo compreendeu o que se passava e sacou sua arma. Foi quando começou o tiroteio. Vítimas Iniciado o tiroteio, o homem do terno correu para fora do banco. Foi seguido pelos ladrões, que saíram da agência. Três dos criminosos subiram em uma moto e atiraram em direção ao outro lado da avenida, de onde outros seguranças teriam revidado. No meio da linha de tiro, os ônibus e a parada Jurucê. Priscila, que corre o risco de ficar paraplégica, caminhava no canteiro central quando uma bala a acertou. As duas outras vítimas das balas estavam em dois ônibus. A auxiliar de limpeza Maria Erenildes de Jesus Nascimento, de 38 anos, foi ferida no joelho. Raimundo José de Jesus, de 39 anos, foi atingido na perna. Ele continuou no ônibus e só desceu em frente ao Shopping Ibirapuera. Tiroteio Seguranças da região revidaram aos disparos dos bandidos, com fuzis e submetralhadora. Os criminosos se dispersaram pelas ruas vizinhas onde, na esquina da Macuco com a Alameda dos Arapanés, disparam na perna e na mão do advogado Fábio Ferreira Nascimento, de 28 anos, que se recusou a entregar seu Verona. Até a vidraça de um hotel, a 500 metros de distância, foi atingida. Enquanto isso, os outros bandidos fugiram a pé. Alguns entraram na Rua Macuco, uma transversal à Ibirapuera. Depois de balear o advogado no Verona, eles roubaram outro carro. Um dos ladrões feridos entrou em um Ka. O outro, que parecia ter sido atingido no pé, dominou um motociclista e obrigou-a a levá-lo na garupa. Com o intenso barulho de tiros e de carros arrancando, muitos lojistas da Rua Macuco fecharam as portas e pediram para os clientes se protegerem. "Eu estava lendo uma revista em um café quando ouvi gritos e o som de veículos batendo", diz o jornalista Nicolau Kietzmann. "Acabei de chegar do Rio, sei bem como é essa situação. Só deu para ver um criminoso, sem capuz e de camisa azul, atirando com uma metralhadora em direção às pessoas na calçada." A funcionária de um posto de gasolina conversava com colegas quando viu dezenas de pedestres correndo. "Dava para ouvir muito tiro, as pessoas estavam desesperadas", disse Maria Gorete Mouro. "Corri para a loja de conveniência do posto e me escondi atrás do balcão. Teve até um mulher que desmaiou na minha frente de tanto nervosismo." Ação A ação dos criminosos começou pouco antes das 16 horas. Um dos ladrões entrou na área dos caixas eletrônicos e se aproximou da porta de vidro ao lado da entrada giratória. Ele pediu ao vigia que chamasse uma gerente do banco. Quando ela chegou para atendê-lo, acabou dominada, abrindo caminho aos demais assaltantes - pelo menos oito entraram. Armados também de escopeta e pistolas, eles desarmaram dois seguranças e se apoderaram de seus revólveres calibre 38. O bando se preparava para apanhar o dinheiro, quando o homem com o terno chegou. "Desconfiamos que seja um policial ou um segurança", disse o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra). Havia cerca de 30 pessoas na agência. "Eu me atirei no chão assim como todo mundo", disse a professora de estética Raquel Pionto, de 33 anos. Outras 30 pessoas aguardavam na Parada Jurucê do corredor de ônibus Santa Cruz-Capelinha. (Colaborou Rodrigo Brancatelli)

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