Polícia exuma corpo para investigar morte de física

Bianca Rizzo Ferreira, de 27 anos, foi encontrada morta, na cama, no dia 16 de agosto. A família suspeita do marido dela

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Justiça de Campinas, interior de São Paulo, determinou a exumação do corpo da mestre em física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Bianca Rizzo Ferreira, de 27 anos. O trabalho foi executado nesta sexta-feira, 25. Ela foi encontrada morta na cama no amanhecer do último dia 16. A família de Bianca acusa o companheiro dela, o também mestre em física Gustavo Pires Marques - com quem ela viveu por sete anos e teve um filho, hoje com três -, de assassinato. O delegado que investiga o caso, Carlos Augusto Semionatto de Oliveira, do 7º Distrito Policial, disse que ainda não há provas contra Gustavo. O físico nega veementemente qualquer crime. O resultado da autópsia e da coleta de amostras realizadas na exumação, segundo o delegado, serão essenciais para a investigação. Não há prazos para a conclusão dos exames laboratoriais e a emissão do laudo sobre o exame do corpo. "Solicitei que o Instituto Médico Legal faça perícias para determinar se há sinais de violência no corpo ou evidências de envenenamento. Já interroguei quase todas as pessoas necessárias. Falta apenas um interrogatório e algumas poucas diligências", disse o delegado. A polícia de Campinas, segundo Oliveira, tem duas queixas, uma de Bianca e outra do pai dela, João Ferreira, contra Gustavo. No primeiro Boletim de Ocorrência, registrado no dia 26 de agosto do ano passado, na Delegacia da Mulher, a física reclamou das constantes brigas, agressões e ameaças de morte por parte do companheiro. No segundo BO, do dia 4 de fevereiro, no 4º Distrito Policial, João Ferreira, afirma que foi chamado pelo neto para socorrer a mãe que estava sendo ameaçada por Gustavo e acabou apanhando. Ferreira disse para a polícia que foi hospitalizado, o que será investigado. No dia 16 de agosto, segundo Gustavo, ao acordar, ele percebeu que a mulher estava morta. Ele a levou para o hospital Centro Médico de Campinas onde o falecimento foi estabelecido. Naquele momento, foi realizado no corpo o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), um procedimento de autópsia que não leva em consideração o fator violência na determinação da causa da morte. Gustavo declarou-se surpreendido com a acusação da família de Bianca de que ele tenha matado a companheira. Segundo ele, havia planos, inclusive, de os dois se casarem este mês. "Tínhamos todos os planos para a lua de mel. Eu amava minha mulher", afirmou. Ele também negou que tenha agredido ou ameaçado a Bianca ou o pai como está transcrito nos boletins de ocorrência. De acordo com o físico, a mulher estava doente ultimamente. Mesmo com acompanhamento médico, estava debilitada com vômitos, tonturas e diarréia. A criança permanece com Gustavo, que continua trabalhando normalmente. A família de Bianca está no Rio de Janeiro. A Unicamp informou, por meio da assessoria de imprensa, que não tem o que dizer a respeito do assunto já que os dois são ex-alunos. De acordo com a universidade, Gustavo defendeu a tese de mestrado em dezembro do ano passado. Bianca o fez em fevereiro deste ano.

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