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Polícia faz nova perícia na mansão de casal assassinado

Por Agencia Estado
Atualização:

Policiais do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) retornaram hoje à casa de Manfred Albert e Marísia von Richthofen, seis dias depois do assassinato do casal, para realizarem uma profunda perícia no local. Durante três horas e meia, os agentes mexeram em computadores, agendas e objetos pessoais das vítimas, na presença dos filhos do casal, Suzane Louise, de 19 anos, e Andreas Albert, de 15, e do namorado da garota, Daniel Cravinhos de Paula e Silva, de 21. A polícia adota a "lei do silêncio" para tratar do caso. O delegado do DHPP José Masi, que acompanhou os trabalhos na casa, deixou o local sem dizer uma palavra. Limitou-se apenas a fazer sinais de que possuía um zíper na boca. O casal foi encontrado morto a pauladas na madrugada de quinta-feira, deitado na cama do quarto, que fica no segundo andar da mansão localizada na Rua Zacarias de Gois, 232, no Campo Belo, zona sul da capital. Suzane contou à polícia que havia saído com o namorado e o irmão. Andreas foi deixado num bar do tipo cyber-café, enquanto ela e Daniel foram namorar. Voltaram mais tarde, para pegar o adolescente, e retornaram para casa. Suzane encontrou a porta da sala aberta, as luzes acesas e a biblioteca revirada. Ela ligou para o namorado, que a aconselhou a permanecer do lado de fora da casa e chamar a polícia. Os irmãos deram falta de uma caixa onde eram guardados R$ 8 mil e US$ 5 mil. Segundo a polícia, a casa não tinha sinais de arrombamento e os criminosos conheciam o local. Até o revólver calibre 38 de Manfred, que era diretor da empresa Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) e sobrinho-neto do lendário Barão Vermelho, foi encontrado no chão do quarto - ele ficava guardado num compartimento secreto. Os bandidos também não levaram outros pertences de valor, como jóias, e um carro. Promotores Ainda hoje, os promotores Virgílio Antônio Ferraz do Amaral e Marcelo Milani, designados pela Procuradoria-Geral de Justiça para acompanhar o inquérito, tiveram a primeira reunião com policiais do DHPP. As linhas de investigação da polícia estão aos poucos sendo reduzidas. O susposto envolvimento de uma ex-empregada - que havia sido demitida e ligava freqüentemente para pedir o emprego de volta - foi praticamente descartado pela polícia. Ela foi interrogada e sua versão convenceu os policiais. A segunda linha de investigação está ligada ao relacionamento de Suzane e Daniel, que, segundo pessoas próximas das vítimas, não tinha a aprovação do casal. Uma terceira possibilidade, que é tratada com certo descrédito até por alguns policiais, estaria ligada a pacientes de Marísia, que era psiquiatra. A polícia está levantando os nomes das pessoas que eram atendidas por ela, para eliminar qualquer dúvida. Hoje, a juíza Ivana David Boriero, corregedora do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo) e da Polícia Judiciária, determinou a expedição de ofício ao DHPP para que lhe seja enviada cópia integral do inquérito, com todos os depoimentos colhidos e eventuais laudos preliminares que já tenham sido apresentados pela perícia.

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