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Polícia identica suspeitos de assaltar bancos em MG

Criminosos assaltaram bancos, fizeram reféns e mataram policial

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia mineira divulgou nesta quinta-feira, 11, as fotos de quatro homens suspeitos de integrarem quadrilhas que assaltaram bancos e espalharam terror nas cidades de São Gotardo e Tiros, na região do Alto Paranaíba, no início da semana. Um dos suspeitos identificados - Diones Pereira - foi preso após a ação em Tiros, que fica a cerca de 40 quilômetros de São Gotardo. Ele seria transferido para Belo Horizonte. A força tarefa constituída para apurar as ações dos criminosos suspeita que membros de um mesmo grupo tenham agido nos dois municípios. Em Tiros, estima-se que na segunda-feira os assaltantes tenham levado R$ 300 mil de uma agência do Banco Itaú. Outros dois suspeitos de participação na ação criminosa foram identificados: Wedson Oliveira Manuel, o Guela, e Dorair Everton dos Reis. Guela é foragido da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e Dorair teria escapado de uma cadeia de São Gotardo. Eles estavam sendo procurados pelo grande efetivo policial montado nas divisas dos estados de Minas, São Paulo e Goiás. Os policiais estavam à procura também de Kleber José Rocha, suspeito de participar dos assaltos em São Gotardo, onde na tarde de terça-feira pelo menos oito criminosos levaram pânico à população local. Na cidade mineira, de pouco mais de 32 mil habitantes, os assaltantes, fortemente armados, atacaram as agências do Banco do Brasil do banco Itaú, além de uma loja de eletrodomésticos. Durante a fuga, assassinaram o cabo da Polícia Militar, Vandec Costa da Silva, de 32 anos. Na fuga, eles também fizeram reféns cinco policiais militares, dois delegados e um juiz, que foram liberados no início da manhã seguinte, na cidade de Sacramento. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas informou nesta quinta que cinco dos seis homens presos na noite de quarta em São Paulo, num cerco da polícia paulista montado na divisa com Minas Gerais, foram liberados após prestarem depoimentos. O delegado-chefe do Departamento de Investigações (DI) da Polícia Civil mineira, Antônio Carlos Corrêa de Faria, disse que não foram encontrados indícios "concretos" de ligação do grupo com os assaltos nas cidades mineiras. Eles, porém, teriam colaborado para a identificação dos suspeitos apresentados ontem (11). Um outro homem preso em Igarapava (SP) permanecia detido por porte ilegal de arma, segundo a Seds. Em São Gotardo, a polícia trabalha com a hipótese de que ex--policiais tenham participado dos assaltos. A Polícia Federal (PF) tem ajudado nas investigações. Na terça-feira, também foram registrados assaltos a bancos, com reféns e mortos, em outras duas cidades mineiras - Brasilândia de Minas, no noroeste, e São Sebastião do Maranhão, no Vale do Rio Doce. O chefe do DI descartou qualquer relação dos episódios com o Primeiro Comando da Capital (PCC), a facção que atua nos presídios de São Paulo. Mas chegou a admitir a possibilidade de os criminosos que aturam em Minas terem algum envolvimento com o mega-assalto ao Banco Central (BC) de Fortaleza, em agosto de 2005. "São quadrilhas que já são conhecidas no nosso Estado. Atuam no nordeste, atuaram há três anos no nordeste..." "Crime abusado" O coronel Sandro Teatini, comandante das Forças Especializadas da PM mineira, procurou minimizar as declarações do cabo Maurício Ferreira dos Santos, de Patos de Minas, que foi feito refém em São Gotardo e relatou que o poder de fogo dos bandidos era "infinitamente superior" ao dos policiais. Ele disse que os militares fizeram uma "opção pela vida". "Os policiais foram colocados numa situação em que ou reagiam aos disparos, matando conseqüentemente os reféns ou se tornavam também reféns, visando preservar a vida dos reféns já existentes", afirmou o coronel, que é o representante da PM mineira no recém-criado gabinete integrado de segurança pública do Sudeste. Mas a ação dos assaltantes impressionou também o vice-presidente da República, José Alencar. "Isto é uma coisa muito séria, o crime está cada vez mais abusado no Brasil, então é preciso que haja um trabalho sério neste sentido", disse Alencar nesta quinta, em entrevista à Rádio CBN.

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