Polícia identifica preso acusado de matar casal em Bragança

O crime chocou a cidade de Bragança Paulista; após roubarem uma loja, bandidos queimaram quatro pessoas dentro de um carro; dois, em estado grave, escaparam

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia prendeu, na noite de segunda-feira, 11, o soldador Joabe Severino Ribeiro, de 36 anos, acusado de incendiar um veículo e matar um casal em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, na madrugada de segunda, após o roubo a uma loja de roupas na cidade. Outro suspeito ainda é procurado pela polícia. Segundo a polícia, a funcionária Luciana Michele de Oliveira Dorta, que escapou de dentro do carro em chamas, conseguiu anotar parte da placa do veículo Kadett, usado pelos bandidos no assalto, possibilitando à polícia encontrar o endereço do suspeito. O soldador, que tem três passagens pela polícia, uma por roubo e duas por tentativa de roubo, já chegou a ser condenado por latrocínio, roubo seguido de morte, e cumpriu a pena de oito anos e dez meses. O crime Na madrugada de segunda-feira, dois bandidos invadiram a casa da gerente de uma loja de roupas na cidade, Eliane Faria da Silva, de 32 anos, e fizeram o filho, de 5 anos, e o marido, Leandro Donizete de Oliveira, de 31 anos, reféns. Os assaltantes obrigaram Eliane a ir até a casa de um funcionária da mesma loja, Luciana, de 27 anos, que estava com as chaves do cofre. Após roubarem pelo menos R$ 20 mil em cheques e dinheiro do cofre da loja, os bandidos levaram os reféns para a estrada velha que liga Bragança Paulista a Atibaia e resolveram queimar as vítimas vivas para não deixar testemunhas. Os quatro foram amarrados no carro e em seguida o veículo foi incendiado; o casal morreu no local. O filho do casal, Vinícius, teve 90% do corpo queimado e só escapou da morte porque Luciana, a outra refém, fugiu com o menino do carro em chamas. Os dois foram internados em estado grave. Inicialmente, os dois foram encaminhados ao Hospital Universitário São Francisco, mas Luciana teve de ser transferida sob escolta policial para outro hospital, não revelado porque o São Francisco recebeu ameaças de criminosos por telefone por manter Luciana internada no local, de acordo com o delegado-seccional, Paulo Afonso Tucci. Na primeira conversa com Luciana faltou apurar vários detalhes. Tucci não descartou ainda a hipótese de vingança, mas considera mais provável a de latrocínio. Segundo uma das versões, depois de dominar Eliana, Leandro e Vinícius em casa, no bairro São Cristóvão, os assaltantes usaram o Palio da família para ir à residência de Luciana, que tinha a chave do cofre da loja Sinhá Moça. Do bairro Recreio, onde mora a funcionária, o grupo seguiu para a loja no centro de Bragança. Logo depois, o Palio seguiu para uma estrada no bairro do Tanque, onde os criminosos atearam fogo ao veículo com gasolina. Oliveira morreu queimado no porta-malas. O corpo de Eliana estava no banco da frente e, segundo a polícia, tinha perfurações no pescoço e na nuca, feitas a faca. Luciana e Vinícius estavam amarrados no banco de trás. Luciana contou ao marido, Flávio Dorta, que só se lembra de ter soltado as amarras e puxado o menino para fora do veículo. Ela foi socorrida por um casal. Depois que os policiais receberam a informação de que Luciana estava no hospital, seguiram para a estrada onde o carro foi incendiado. No caminho, encontraram o garoto que caminhava pela estrada e estava em estado de choque. Ainda assim, indicou à polícia o local onde estava o carro com os pais que foram encontrados já carbonizados. Comércio fechado O assassinato deixou a população de Bragança Paulista assustada, de acordo com reportagem do Estado. Muitos lojistas baixaram as portas mais cedo na segunda-feira. O enterro do casal, muito conhecido na cidade, foi acompanhado por mais de 300 pessoas entre parentes e amigos que estavam indignados. "Não consigo nem falar direito porque não caí na realidade", afirmou Silvania, irmã de Eliana.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.