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Polícia indicia 19 por desabamento de viaduto em Belo Horizonte

Entre os indiciados está o secretário de Obras e Infraestrutura da prefeitura à época; duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas

Por Leonardo Augusto
Atualização:
Viaduto que estava em construção na Avenida Pedro I, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, desabou Foto: Clayton de Souza/Estadão

BELO HORIZONTE - Depois de 10 meses de investigações, a Polícia Civil de Minas Gerais indiciou nesta terça-feira, 5, 19 pessoas pelo desabamento da alça sul do viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, na Pampulha, em Belo Horizonte. Na tragédia, ocorrida em 3 de julho do ano passado, duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas. 

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Entre os indiciados estão o secretário de Obras e Infraestrutura da prefeitura à época do desabamento, José Lauro Nogueira Terror, diretores e engenheiros da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e funcionários da Cowan e Consol, responsáveis pelo projeto do viaduto.

Os indiciados vão responder por tentativa de homicídio com dolo eventual e crime de desabamento. Um dos auxiliares mais próximos do prefeito Marcio Lacerda (PSB), Terror é atualmente presidente da Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel). 

No indiciamento, o delegado Hugo e Silva afirma ter ocorrido omissão de engenheiros das empresas, que teriam sido alertados por técnicos da Sudecap sobre erros no projeto, e omissão da própria superintendência, que não determinou que a obra fosse paralisada. O desabamento ocorreu por falha na construção de um bloco de concreto, o que teria provocado afundamento da pilastra central.

A pena pode ser de até seis anos de prisão pelo crime de homicídio com dolo eventual e de até quatro por desabamento, conforme o Código Penal. Em nota, a Cowan afirma ter confiança em seus funcionários e "convicção na inocência de cada um deles". Segundo a empresa, o erro que ocasionou o desabamento aconteceu na parte da obra sob responsabilidade da Consol, que nega responsabilidade no caso. A reportagem não conseguiu contato com a empresa. Em posicionamentos anteriores, a construtora afirma que mudanças ocorreram entre o projeto e a execução da obra. 

Também em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte diz que só emitirá pronunciamento depois de tomar conhecimento "do inteiro teor do relatório apresentado pelo delegado da Polícia Civil".

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