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Motorista de Cristiano Araújo é indiciado por duplo homicídio

Laudos periciais apontaram que Ronaldo Miranda Ribeiro dirigia a quase 180 quilômetros no momento do acidente

Por Marília Assunção
Atualização:
Cantor Cristiano Araújo e a namorada Allana Coelho Pinto de Moraes morreram após acidente de trânsito na madrugada de 24 de junho Foto: Reprodução/Instagram e PRF

GOIÂNIA - A Polícia Civil de Goiás indiciou o motorista Ronaldo Miranda Ribeiro, de 40 anos, por duplo homicídio culposo (sem intenção de matar), pelas mortes do cantor Cristiano Araújo e da namorada dele, Allana Morais, na madrugada de 24 de junho. Laudos periciais apontaram que Ribeiro dirigia a quase 180 quilômetros por hora o carro do cantor, uma Range Rover 2015, quando houve o acidente.

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O delegado responsável pelo inquérito, Fabiano Jacomelis, da cidade de Morrinhos, no Sul de Goiás, município mais próximo do local do acidente, considerou que, mesmo não sendo dono do carro, o motorista do cantor assumiu a responsabilidade ao assumir a direção do veículo. Além disso, a investigação confirmou que uma conjugação de fatores negativos também influenciou na tragédia. 

O uso de pneus fora das especificações, duas rodas com várias soldas na estrutura e a falta do uso de cinto de segurança pelo casal que viajava no banco traseiro se somaram à imprudência ao volante, com a prática do excesso de velocidade.

O laudo pericial foi divulgado nesta quinta-feira, 10, pela Polícia Técnico-Científica de Goiás junto com a conclusão do inquérito pelo delegado e o anúncio de que Jacomelis indiciou Ribeiro. "A gente considerou que ele teve culpa consciente. No íntimo dele, não acreditava que esse evento poderia acontecer, tanto que estava no veículo", afirmou o delegado em entrevista coletiva.

O motorista pode ser condenado a pena de dois a quatro anos de prisão. A reportagem não conseguiu localizar Ribeiro. O advogado dele, Djalma Pereira Rezende, divulgou que vai aguardar a manifestação do Ministério Público. Por enquanto, o motorista responde em liberdade.

O delegado se baseou na perícia, que revelou que o pneu utilizado não tinha o sistema original que informa no painel de controle do carro quando a calibragem não está correta. A pressão baixa dos pneus provocou pequenas rachaduras na borracha, o que se somou ao agravante das soldas (cinco na traseira esquerda e dez na traseira direita). Durante a viagem, a soma desses fatores afiou a roda traseira direita como se ela fosse uma navalha que cortou o pneu. Em alta velocidade, isto fez com que o motorista não tivesse qualquer chance de reação, indicaram os peritos Karita Fortes Ribeiro, que analisou o veículo, e Luis Carlos Almeida, que fez a perícia de local. 

A análise de Almeida comprovou informações que já haviam sido divulgadas pela Land Rover, montadora do esportivo, que analisou um equipamento que funciona como uma espécie de caixa-preta e registra dados do veículo. Esta análise mostrou que, cinco segundos antes do acidente, o carro trafegava a mais de 170 quilômetros por hora, houve uma tentativa de frenagem, seguida de queda brusca de velocidade com acionamento automático dos airbags e o carro saiu da pista. 

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