Polícia investiga autor de difamação pela internet

Comunidade criada no Orkut exibe frases denegrindo as imagens de 12 garotas, seis delas adolescentes

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Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia de Bebedouro, na região de Ribeirão Preto, está investigando um caso de injúria e difamação na internet, envolvendo 12 garotas (seis delas adolescentes). Em uma comunidade criada no Orkut não existem fotos sexuais ou sensuais, mas frases denegrindo as imagens das garotas. Na segunda-feira, as 12 foram à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e registraram um boletim de ocorrência, dando origem a um inquérito policial. O delegado da DDM, Carlos Lopes, disse que existe um suspeito a ser investigado. Outra página, com citações contra 12 homens, também foi criada, mas nenhum dos citados registrou boletim de ocorrência ainda. As mulheres foram citadas pelos prenomes ou apelidos, com frases e palavras jocosas citando seus desempenhos sexuais. A página é intitulada "As 12+ b... de Bebedouro". A que cita os homens é "Os 12+ v... de Bebedouro" (mencionando que eles seriam homossexuais). "Existem comentários de conotação sexual sobre o desempenho de cada uma das garotas", diz o delegado Lopes. Outra página, com nove mulheres, tinha sido criada antes. O autor, que seria o mesmo em ambas, não se identifica, segundo o delegado, e para descobri-lo a polícia encaminhou e-mail ao Google, representante do Orkut no Brasil, solicitando os dados eletrônicos das páginas criadas. Segundo Lopes, esse é o primeiro caso de crime praticado pela internet no município. As mulheres que se sentiram ofendidas, registraram o boletim de ocorrência na DDM. Dois dos homens citados numa página procuraram o 1º DP e disseram que voltariam para registrar o boletim de ocorrência. Porém, com autoria desconhecida, cada um terá que registrar boletim no distrito do bairro onde mora, segundo o delegado do 1º DP, João Antonio Panhoza. No caso das mulheres e adolescentes, tudo ficará concentrado na DDM. Lopes diz que a pena por injúria e difamação pode chegar a um ano de detenção. Mas como não existe legislação específica para crimes praticados pela internet e como as páginas não mostram imagens pornográficas nem sensuais, não se sabe ainda o que ocorrerá no final da investigação.

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