Polícia investiga enforcamentos em Bangu

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Por Agencia Estado
Atualização:

Três presos foram encontrados enforcados entre a manhã e a noite de ontem em três unidades do Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio. A polícia investiga se houve coincidência ou se eles foram vítimas de um acerto de contas articulado por alguma facção criminosa. O delegado titular da 34.ª Delegacia de Polícia (Bangu), Leonilson Ribeiro, não descarta a possibilidade de investigar se a ordem para as mortes partiu dos traficantes presos no Batalhão de Choque da PM, onde estão Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e outros seis. O secretário de Justiça, Paulo Saboya, reconheceu que esse tipo de episódio é "mais comum do que o desejado". "O sistema prisional é obrigado a conviver com isso porque você não pode colocar cada preso em isolamento. Isso é impossível e o conflito entre eles é muito sério", afirmou. Mortes O primeiro preso a ser encontrado morto, ainda pela manhã, foi o assaltante Leandro Melo Pereira dos Santos, de 21 anos, condenado a 14 anos de prisão. Ele estava enforcado com uma corda artesanal, presa no respiradouro da cela 18, na galeria 13, do Presídio Alfredo Tranjan (Bangu 2). Santos deixou uma carta de três páginas para a mãe. De acordo com a assessoria do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe), peritos atestaram que ele se suicidou. Mas o delegado da 34.ª DP disse que a polícia vai investigar o caso como homicídio até que o laudo da perícia fique pronto. Às 19 horas, agentes da Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho (Bangu 4) encontraram Vitor Simas Ferreira, de 20 anos, morto por enforcamento num corredor de acesso à galeria B1. Ele estava condenado por assalto e homicídio. Os 63 presos que estavam com Carvalho disseram que não viram nada. Uma hora e meia mais tarde, Paulo Roberto Matos Cunha, que respondia a processo por assalto a mão armada, foi encontrado morto, também por enforcamento, na Casa de Custódia Bangu 5. "Ainda não temos condições de dizer que há uma guerra entre facções. Estamos investigando se essa foi uma ação articulada", afirmou o delegado Ribeiro. Ele lembrou que os "códigos de conduta" dos presídios são muito rígidos e os assassinatos podem ser acertos de contas isolados.

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