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Polícia investiga ligação entre crime de milionário e vigia

Ex-segurança de Renné Senna, ganhador da Mega Sena em 2005, foi morto em setembro; polícia tem informações de que ele foi vítima de uma emboscada

Por Agencia Estado
Atualização:

As investigações sobre o assassinato do milionário da Mega Sena, Renné Senna, devem avançar mais nesta quarta-feira. Há suspeitas de que a morte de Senna pode ter conexão com o assassinato de um ex-segurança do milionário, o soldado PM David Vilhena Silva, de 35 anos. O policial foi morto no dia 4 de setembro de 2006, na Estrada das Canárias, na Ilha do Governador, zona norte do Rio, com dois tiros. Embora a princípio a polícia tenha falado em latrocínio, há informações de que, na verdade, foi uma emboscada. A viúva de Senna, Adriana Almeida, pode ter ligação com este caso também. Senna, de 54, ganhou o prêmio de R$ 52 milhões da Mega Sena em julho de 2005. Seis meses depois, começou a se relacionar com Adriana Almeida com quem se casou em janeiro de 2006. Ele foi morto com quatro tiros de pistola no dia 7 de janeiro deste ano pelo carona de uma motocicleta. Na terça-feira, a viúva de Senna, Adriana, foi presa e indiciada por envolvimento no assassinato do marido. A prisão temporária, por 30 dias, foi decretada pela juíza Renata Alcântara, da 2ª Vara Criminal de Rio Bonito, com base em escutas telefônicas e quebra do sigilo bancário. A juíza bloqueou contas de Adriana e decretou a prisão de quatro ex-seguranças do casal: um bombeiro, um ex-policial militar e dois PMs da ativa. O delegado Ademir Oliveira, de Rio Bonito, disse nesta quarta-feira, 31, que as investigações sobre o assassinato de Senna poderão ser transferidas para a Delegacia de Homicídios. Ele não quis confirmar a existência de outros mandados de prisão, além dos que já foram emitidos. Porém, a existência de outros mandados foi admitida terça-feira pelo Tribunal de Justiça, em nota. O delegado também não teceu comentários sobre possíveis informações que comprometam Adriana Almeida, que tenham sido obtidas por meio de escutas telefônicas. "O processo está em segredo de justiça. Se eu comentá-lo, cometerei crime", afirmou Oliveira. Questionado se já possui provas da participação de Adriana na morte do ex-marido, o delegado foi lacônico: "A polícia não trabalha com provas, mas com indícios. Tenho indícios suficientes que permitiram que fosse decretada a prisão preventiva dela". Cronologia do caso Julho de 2005: René Senna, ex-lavrador e ex-açougueiro de Rio Bonito, ganha sozinho o prêmio de R$ 52 milhões da Mega Sena Janeiro de 2006: René, então com 53 anos, se casa com a cabeleireira Adriana Almeida, de 28 anos Janeiro de 2007: Adriana paga R$ 300 mil por uma cobertura no Arraial do Cabo (RJ). No documento de compra e venda, diz não ser casada nem ter relacionamento estável 4 de janeiro: O casal briga, e Adriana deixa a fazenda de R$ 9 milhões onde morava com o marido 7 de janeiro: René Senna é morto com quatro tiros de pistola à queima-roupa no Bar do Penco 12 de janeiro: Acusada pela única filha de René, Renata, de ser a mandante do crime, Adriana depõe na delegacia de Rio Bonito. A polícia pede quebra do sigilo bancário e telefônico da ex-cabeleireira 27 de janeiro: O motorista de van Robson de Oliveira, de 27 anos, diz em depoimento de seis horas que ele e a viúva se conhecem há três anos, já namoraram, reataram em setembro e passaram o réveillon juntos em Arraial do Cabo 29 de janeiro: Adriana admite que mentiu e pede pra refazer declarações à polícia 30 de janeiro: Adriana é presa sob acusação de envolvimento no crime Esta matéria foi alterada às 16h38 para acréscimo de informações.

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