Polícia já tem retrato falado de suspeito de matar advogada

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Por Agencia Estado
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O diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), delegado Godofredo Bittencourt Filho, afirmou que a polícia já tem o retrato falado de um dos assassinos da advogada Ana Maria Olivatto Herbas Camacho, de 44 anos, ex-mulher de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A polícia não vai divulgá-lo por enquanto. "Talvez a gente faça isso amanhã", adiantou. O Deic já tem também dois suspeitos do assassinato. Os policiais do departamento ouviram hoje o depoimento de Petronília Maria de Carvalho Felício, de 51 anos, mulher do líder máximo do PCC, José Márcio Felício, o Geleião. Ela negou ter participação na morte da advogada, que defendia líderes das organização criminosa. Petronília afirmou nada saber sobre os autores do crime ou sobre o que o teria motivado. Segundo as investigações da polícia, tudo indica que Ana Maria foi assassinada porque era acusada de trair o PCC, colaborando e fornecendo informações à Polícia Civil. Ela foi alvejada anteontem com dois tiros, um na cabeça e outro no ombro na garagem da casa onde morava, no conjunto habitacional Inocoop, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Dois homens participaram do crime. Um deles aproximou-se da advogada, quando ela abria a porta do carro. A vítima estava acompanhada pela empregada, que foi deixada ilesa pelos assassinos. Um dos homens, que era branco e parecia ter 20 anos, encostou o cano da arma na nuca da advogada e atirou. O assassino disse que aquele era "o preço dos traidores". Em seguida, disparou outra vez. A arma usada foi uma pistola calibre 45. De acordo com o promotor Roberto Porto, do Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), não há nada nas 30 horas de gravações de conversas telefônicas entre integrantes do PCC, feitas pela polícia com autorização judicial que indique um possível atentado contra a advogada. De acordo com ele, Ana Maria demonstrava estar muito preocupada com a decisão de uma parte do PCC de promover atentados no Estado - ações defendidas por Geleião contra a opinião de outros dois líderes da facção criminosa, Cesar Augusto Roris, o Cesinha, e Marcola. As ordens de Geleião, que está preso na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, estavam sendo repassadas para seus subordinados por meio da mulher. Ao ser presa no domingo, após sair do presídio onde visitou o marido, Petronília foi levada para o Deic. Ali, acabou convencida por Ana Maria a entregar para a polícia o explosivo que seria utilizado no atentado contra o prédio da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), ataque que havia sido ordenado por Geleião. Petronília ouviu o conselho de Ana Maria e resolveu colaborar. Ela telefonou para os membros do PCC que guardavam o explosivo e ordenou que o material fosse entregue ao Deic no dia seguinte. Isso pode ter selado a sentença de morte da advogada.

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