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Polícia já tem retrato falado de suspeitos da morte de juiz

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia já tem o retrato-falado de dois suspeitos de matar o juiz-corregedor de Presidente Prudente, Antônio José Machado Dias. Testemunhas que viram o crime ? quando o juiz teve seu carro fechado por um Uno antes de ser atingido por quatro tiros ? ajudaram os investigadores a chegar à imagem de dois homens, um negro e outro branco, de aparentemente 30 anos e 1,75 metro de altura. As pistas até agora levam mais ao Primeiro Comando da Capital (PCC) que ao suposto envolvimento do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Após o crime, partiram de São Paulo para o interior policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado (Deic), que investiga o PCC e tem conseguido nos últimos meses desarticular a facção. A polícia faz questão de não descartar nenhuma possibilidade. ?Ele era um juiz criminal. Você não pode descartar nem a hipótese de um bandido, como a gente diz no jargão, ter ficado no veneno, com raiva, até a hipótese do crime organizado. Mas também não dá para focar só no Fernandinho Beira-Mar?, disse o secretário de Segurança Pública, Saulo Abreu, após o enterro do magistrado. De acordo com o secretário, o carro utilizado pelos assassinos é de São Paulo, e a polícia procura por seu proprietário. As placas, AAX-2118, de Presidente Bernardes, não eram do veículo e foram trocadas pelos bandidos. Uma perícia no carro também procura pistas dos criminosos. O corpo do juiz foi sepultado às 17h30, no Cemitério São Paulo, na zona oeste da capital. Em clima de comoção, centenas de pessoas ? entre autoridades do governo, magistrados, membros do Ministério Público e parentes ? acompanharam o enterro. ?Vim trazer nossa solidariedade à família do juiz e ao Poder Judiciário de São Paulo. A determinação do governo é de rapidamente elucidar esse crime e prender os criminosos?, afirmou o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que modificou sua agenda de viagens pelo Vale do Paraíba para comparecer ao sepultamento. O juiz foi velado na madrugada deste sábado em Presidente Prudente e, durante a tarde, no Salão dos Passos Perdidos do Tribunal de Justiça, em São Paulo. O velório foi marcado pela emoção da mulher de Dias, a juíza Cristina Echer, que ficou, assim como o casal de filhos do primeiro casamento do juiz, ao lado do corpo. Pouco antes de o caixão ser fechado e seguir em carro do Corpo de Bombeiros para o cemitério, o filho do juiz (que não deu entrevistas) pediu silêncio e fez um discurso emocionado em homenagem ao pai. ?Eu queria que ele estivesse aqui, mas agora eu estou sozinho.? Diversas autoridades estiveram presentes e comentaram a guerra contra o crime organizado. ?Acredito que essa tragédia deva servir como uma semente. Nós estamos numa luta contra o crime organizado, que ganhou muito terreno no Brasil?, disse o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

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