Polícia já tem seis suspeitos do seqüestro de repórter

A polícia também acredita ter identificado o homem mascarado que aparece no vídeo enviado pelo PCC à Rede Globo

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Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia já tem seis suspeitos de envolvimento no seqüestro do repórter Guilherme Portanova e do auxiliar-técnico Alexandre Coelho Calado, funcionários da Rede Globo. A dupla foi capturada na manhã sábado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que exigiu a exibição de um vídeo com reivindicações da facção para pôr fim ao seqüestro. Segundo o delegado Wagner Giudice, titular da Divisão Anti-Seqüestro (DAS), a polícia já tem nomes de suspeitos com passado criminoso, mas que ainda não foram reconhecidos pelas vítimas. A polícia também acredita ter identificado o homem mascarado que aparece no vídeo enviado pelo PCC à Rede Globo no último sábado e cuja exibição foi a condição para a libertação de Portanova. Entre os suspeitos do seqüestro, estão o ex-presidiário Carlos Alberto da Silva, o Balengo, que cumpria pena na Penitenciária 1 de Avaré e foi solto no dia 23 de fevereiro, Sherley Nogueira, o Fininho, que fugiu do sistema penitenciário em 2005, e Alexandre Campos dos Santos, o Jiló. Imagens foram mostradas às vítimas para possível reconhecimento fotográfico. O Departamento de Inteligência da Secretaria da Administração Penitenciária (Disap) tem dado contribuição importante à polícia. Na manhã de domingo, logo após a divulgação dos retratos falados, confeccionados por testemunhas do arrebatamento das vítimas, os técnicos do Disap se reuniram e começaram a trabalhar. Um dos retratos surpreendeu os homens da inteligência. Quando bateram os olhos na imagem, eles identificaram um dos suspeitos. Tratava-se de Balengo. Durante alguns meses, ele foi monitorado de perto pela polícia, até sair do Estado. Chegou-se a pensar que ele havia desistido de trabalhar para a facção. Em maio, no entanto, a polícia levantou alguns indícios de que ele estaria articulando os atentados. Além das semelhanças físicas com os retratos falados, Balengo e Fininho ocupam posição elevada na hierarquia da facção, o que reforça o suposto envolvimento deles no seqüestro. Eles são apontados como dois ´sintonias da rua´, elo entre a cúpula da facção e as células das ruas. Os sintonias funcionam como gerentes das operações criminosas ,com autonomia inclusive para ordenar as ações. Fininho seria o sintonia da região Oeste da Capital, enquanto Balengo atuaria região Central e do município de Santo André, no ABCD. Os dois também são suspeitos de terem articulado a primeira série de atentados contra policiais. A polícia está à caça desses suspeitos, para possível reconhecimento pessoal. Dois foram procurados, mas não encontrados, no fim de semana. O Deic suspeita ainda da participação do chileno Maurício Hérnandez Norambuena, líder dos seqüestradores do publicitário Washington Olivetto, no planejamento do seqüestro. Norambuena está detido com a cúpula do PCC. O líder da facção, Marcos Camacho, o Marcola, revelou a policiais que Norambuena é seu melhor amigo na prisão. Outra tentativa da polícia para tentar identificar os autores do seqüestro é usar o sistema Fênix. Trata-se de um equipamento de identificação digital de voz, imagem e impressões digitais que a Polícia Civil começou a usar recentemente. Foi por meio dele que os policiais selecionaram as fotos de suspeitos do crime, todos eles ex-presidiários ligados ao PCC. Outra tentativa é usar o banco de dados de voz para identificar o homem que aparece no vídeo no PCC. (Colaboraram: Marcelo Godoy, Mariana Pinto e José Dacauaziliquá)

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