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Polícia mantém bloqueio em acesso ao Morro da Providência, no Rio

Apesar disso, a rotina dos moradores voltou ao normal

Por Agencia Estado
Atualização:

O principal acesso ao Morro da Providência, no Centro do Rio, permaneceu bloqueado neste sábado por policiais militares, mas o comércio no entorno do morro voltou a funcionar normalmente e a rotina era de aparente tranqüilidade. Até mesmo a atividade de decoração de ruas para a Copa do Mundo foi retomada. Muito diferente do tumulto de quinta-feira, quando um intenso tiroteio entre quadrilhas rivais foi o mais provável motivo da morte da estudante Denilza Maria da Silva Nascimento, de 21 anos, atingida por uma bala perdida enquanto dormia em sua casa, numa rua que dá acesso ao morro. "Isso para mim (fechar as portas) já passou a ser uma tradição. A gente respeita porque não quer confusão", afirma Paulo Mendonça, de 48 anos, dono de uma oficina próxima à principal via de acesso ao Morro da Providência. Segundo ele, o clima era de tranqüilidade na região desde sexta-feira, mas mesmo assim fechou as portas porque todos os demais comerciantes fizeram o mesmo. Na quinta e sexta-feira, as lojas próximas, na região da estação ferroviária Central do Brasil, fecharam as portas num luto forçado pela morte de um dos traficantes da Providência, um dos mais violentos morros do Rio. As polícias Militar e Civil ocuparam os acessos, inclusive com o reforço de unidades especializadas, como o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e a Delegacia Anti-Seqüestro (DAS). Mas, apesar do enorme contingente policial, os parentes de Denilza acusaram de omissão os agentes, que teriam dificultado o pronto atendimento à estudante, que demorou a ser socorrida e faleceu. Responsável pela operação no Morro da Providência, o delegado Alexandre Neto, da Divisão Anti-Seqüestro (DAS), negou a acusação da família de Denilza. "Ninguém se recusou a socorrê-la. Isso é história. Querem arrumar indenização em cima do Estado", disse. Peritos do Instituto de Criminalística (ICCE) foram ao local do crime e constataram que o tiro que matou a estudante "veio de cima para baixo e a bala era de calibre 7,62, usada pelos bandidos". Operação Na quinta-feira, policiais da DAS iniciaram uma operação no morro com o objetivo de prender 10 integrantes de uma quadrilha envolvida em assaltos e seqüestros na cidade. Os policiais já conseguiram cumprir três dos dez mandados de prisão.

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