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Polícia prende acusado de atacar mulheres em SP

Por Agencia Estado
Atualização:

O Grupo de Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, prendeu um homem acusado de ser o maníaco responsável por pelo menos nove estupros na Chácara Flora, zona sul de São Paulo. Josué das Neves, de 28 anos, confessou ter assassinado uma de suas vítimas, uma jovem estudante dominada quando saía de uma academia de ginástica. Para certificar-se da morte, o acusado ainda teria ateado fogo ao corpo da moça. Duas vítimas já o haviam reconhecido até as 18 horas de hoje. A primeira delas foi M.G., de 19 anos. Ela abaixou a cabeça indignada após vê-lo na delegacia e disse aos policiais: "É ele." A polícia suspeita que Neves tenha cometido mais crimes, cujas vítimas não tenham registrado queixa nas delegacias do bairro. De acordo com os registros policiais, um estuprador havia começado a atuar na Chácara Flora em outubro. Descrito pelas vítimas como um homem pardo, de cerca de 1,60 metro de altura, que usava um brinco e cabelos crespos, ele sempre as abordava com uma faca e as levava para casas ou galpões abandonados ou que estavam para alugar. As mulheres eram escolhidas, na maioria das vezes, aleatoriamente. De loiras a morenas, brancas ou mulatas, o estuprador não tinha um tipo físico preferido, atacando moradoras do bairro e empregadas domésticas. Com base nesses dados, que indicavam (pela mesma descrição física e modo de agir) a presença de um maníaco na Chácara Flora, os homens do Grupo 40 do GOE, chefiados pelo delegado Clemente Castiglione Junior, começaram a fazer rondas na região a fim de tentar capturar o criminoso. Hoje, os investigadores estavam passando pela Rua Engenheiro Agenor Machado quando, por volta das 10 horas, avistaram um homem com características físicas semelhantes às do estuprador. Os policiais tentaram abordá-lo, mas o suspeito correu, tentando escapar sem conseguir. Ao ser detido, ele portava uma faca, a mesma que o acusado utilizava para dominar as vítimas. Os policiais passaram a interrogá-lo e Neves, de acordo com a polícia, passou a descrever friamente seus crimes. Assassinato Sem esconder nenhum detalhe, ele contou como ficou dias espiando a estudante Flávia até encontrar um lugar para onde pudesse arrastá-la e violentá-la. Quando achou um galpão, decidiu agir. Esperou a vítima sair da academia de ginástica para abordá-la. Levou-a ao galpão ameaçando matá-la caso tentasse fugir. Temendo ser reconhecido pela moça, que o havia visto perto da academia por vários dias, decidiu assassiná-la. Após bater a cabeça dela numa escada, ele ateou fogo ao corpo. O caso vinha sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O acusado disse que esse foi o único crime que ele premeditou. As demais vítimas eram apanhadas nas ruas, geralmente à noite, sempre após a escolha antecipada do lugar para onde seriam levadas. Solteiro, Neves trabalhava como ajudante-geral em construções da região. Segundo a polícia, ele não tem residência fixa. A polícia obteve a decretação de sua prisão temporária pela Justiça.

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