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Polícia prende líder do CV em uma minidestilaria

Por Agencia Estado
Atualização:

Policiais da Divisão Anti-Seqüestro (DAS) prenderam anteontem um dos bandidos mais procurados do Estado, o traficante Adlas Ferreira, de 39 anos, conhecido como Adão. Além de ser apontado como chefe do tráfico na favela de Vigário Geral, na zona norte, e um dos últimos líderes do facção criminosa Comando Vermelho que ainda estavam em liberdade, ele foi responsável por uma série de seqüestros no Rio. Adão estava escondido num sítio em Magé, na Baixada Fluminense, de propriedade de um advogado, onde funcionava uma mini-destilaria de drogas. Na casa foram encontrados 18 tonéis de éter, que seriam usados para refino da cocaína, além de duas balanças de precisão, sacos plásticos, fitas adesivas e pó branco, que não era cocaína. Os policiais informaram que o pó seria misturado a 10 quilos da droga, que viriam do Paraguai, para que se transformassem em 50 quilos. Adão pagaria US$ 1 mil por quilo da cocaína, que chegaria por via terrestre, segundo informações da polícia. A ação dos policiais, que começou na tarde de segunda-feira e continuou nesta terça-feira, teve como objetivo apreender a carga, que chegaria hoje. No entanto, o carregamento não foi encontrado. Informações sobre a operação podem ter vazado. O traficante estava no sítio com a namorada, menor de idade, que foi liberada pela polícia. O advogado Nilton Nascimento, dono da propriedade, não foi encontrado. O chefe de Polícia Civil, Zaqueu Teixeira, disse que há uma associação criminosa clara entre ele e Adão. O caseiro, que já havia sido indiciado por tráfico de drogas, chegou na hora em que a polícia revistava a casa e fugiu. O sítio, que fica num local isolado, é de alto luxo ? tem piscina, campo de futebol, salão de jogos. Lá são criados cavalos e javalis. Quando foi preso, Adão disse que o dono da casa não é seu advogado e que nada no sítio lhe pertencia. Segundo a inspetora Marina Maggessi, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Adão foi chefe do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, que comanda o comércio de drogas no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, e seria o assassino do repórter da TV Globo Tim Lopes. ?Adão é o maior seqüestrador do Rio e um dos grandes líderes do tráfico que ainda estavam em liberdade. A prisão dele desestrutura bastante o Comando Vermelho?, afirmou Marina. O último seqüestro orquestrado por Adão, de um empresário do município de São João Meriti, na Baixada Fluminense, foi descoberto há um mês. Marina Magessi disse que, além de Elias Maluco, dos principais nomes do Comando Vermelho, facção que distribui mais da metade da droga no Estado, só falta prender o traficante conhecido como Cuco, que controla morros Tijuca, zona norte, como Borel, Formiga e Salgueiro.

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