Polícia prende mulheres de policiais em Curitiba

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Por Agencia Estado
Atualização:

A prisão de duas mulheres de policiais militares, hoje, em Curitiba, por policiais da Tropa de Choque, quase provocou um confronto entre os próprios policiais. Elas foram liberadas pouco tempo depois da prisão. As mulheres protestam em todo o Estado desde terça-feira por melhores salários para os maridos. Elas tentam fechar as portas dos quartéis para impedir que os maridos trabalhem, pois eles são proibidos de fazer greve. O governo do Estado, em reunião com representantes da Associação de Mulheres de Policiais Militares, afirmou que não há condições de dar reajuste salarial este ano, mas prontificou-se a criar uma comissão com a participação das mulheres para discutir o código de vencimentos para os policiais que deve ser apreciado em 60 dias. A proposta ainda deve ser analisada pelas mulheres, para se decidir pelo fim do movimento. Na tentativa de paralisar todo o serviço policial em Curitiba, dez mulheres deitaram hoje na calçada em frente à central de suprimentos da Polícia Militar, onde são abastecidas as viaturas. A Tropa de Choque da PM foi chamada. Marilza Ferreira de Oliveira, 23 anos, e Rosicler Márcia Bonato, 40 anos, foram presas e levadas para o 2º Distrito Policial. Elas disseram que foram atingidas com gás lacrimogêneo. Ao saber da prisão, cerca de cem policiais militares deixaram os quartéis e as ruas e foram para o local, colocando-se diante do portão. Eles começaram a gritar pedindo que a Tropa de Choque, que estava à frente deles, aderisse ao movimento. O sub-comandante da Tropa de Choque, capitão Milton Fadel, tentou conversar com os manifestantes, mas eles deram-lhe as costas. "Essa não é a minha polícia", disse Fadel. O coronel reformado Sérgio Malucelli também tentou negociar. "Tem-se que dar pausa à insensatez", disse. O tenente-coronel João Luiz Porcides, da Polícia Florestal, chegou ao local e negociou a retirada da Tropa de Choque. "Se houve algum erro, não queremos que aconteça mais", disse o coronel. "Nós não queremos confronto." Em seguida, os portões foram fechados e o clima ficou mais tranqüilo.

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