Polícia prende suspeito de matar bombeiro no fim de semana

Eduardo Aparecido Vasconcelos, conhecido como "O Mascote", confessou ter participado do ataque ao Grupamento do Corpo de Bombeiros de Campos Elísios, que matou um soldado e feriu um cabo

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Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia prendeu um suspeito de participar do assassinato de um soldado do Corpo de Bombeiros durante o fim de semana de ataques atribuídos à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em são Paulo. Eduardo Aparecido Vasconcelos, conhecido como "O Mascote", confessou estar ao volante do carro que seguiu para o Grupamento do Corpo de Bombeiros de Campos Elísios, na região central da cidade, por volta de 0h30 de sábado, 13. No ataque, homens armados atiraram contra a portaria do 2º Grupamento, matando o soldado e ferindo um cabo. À polícia, Mascote acusou seu comparsa, um peruano conhecido como ´O Gringo´, de ter dado o tiro que matou o soldado. Desde o início da onda de ataques, na noite de sexta-feira, 12, 147 pessoas foram mortas, segundo balanço oficial divulgado pelo governo na tarde de quarta-feira. Pelo menos 93 suspeitos foram mortos pela polícia e 9 detentos morreram em rebeliões me presídios. Além disso, os ataques deixaram 41 policiais e quatro civis mortos em todo o Estado. A onda de violência começou na última sexta-feira à noite com uma represália da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) contra a transferência de 765 detentos, entre eles seus líderes, a prisões de segurança máxima. Pânico e novos ataques Apesar de as autoridades terem garantido que mantêm o controle da ordem pública em todo o estado de São Paulo, no início da noite de quarta-feira, 17, a população voltou a ficar em pânico com os boatos de que o PCC retomaria os ataques em todo o Estado. Algumas faculdades da capital suspenderam as aulas. Terminais de ônibus nas zonas leste e sul foram fechados. O pânico aumentou depois que, por volta das 18 horas, incêndios e trocas de tiros entre policiais e bandidos voltaram a ocorrer em diferentes cidades do Estado. A PM foi vítima de pelo menos nove ataques. Um dos mais graves, ocorreu em Osasco, onde onze homens armados tentaram invadir pelos fundos a 1ª Companhia do 42º Batalhão da PM. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, um dos criminosos conseguiu entrar no prédio e foi morto pelos policiais. Paulo Eduardo Gomes de Oliveira, o Dudu, estava em liberdade condicional desde outubro de 2004. Os outros 10 homens conseguiram fugir numa van branca. Os prédios do Poder Judiciário também voltaram a ser alvos dos criminosos. O fórum de Mogi-Mirim, foi metralhado. Os suspeitos conseguiram fugir. Já em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, policiais do Garra frustraram um atentado a bomba ao fórum e à prefeitura cidade. Franz Carlos de Lima Inácio - suposto líder do PCC na região - e Hélio André dos Santos foram mortos. Com a dupla, a polícia encontrou um mapa do fórum, coletes à prova de balas, armas e dinamites. Em São Bernardo do Campo, no ABCD, uma viatura da PM foi atingida por vários disparos. Ninguém ficou ferido. Os ônibus também voltaram a ser incendiados. O primeiro caso ocorreu às 19 horas, no Jardim Japão, zona norte. Homens armados ordenaram que passageiros e funcionários do coletivo da linha 701 A (Edu Chaves-Vila Madalena) desembarcassem rapidamente. Em seguida, usaram coquetéis molotov para incendiar o veículo. Outros quatro coletivos da linha 675 K (Jardim Nakamura-Metrô Santa Cruz) foram incendiados na Zona Sul. O medo também voltou às universidades. Notícias e boatos sobre novos ataques do PCC fizeram com que as instituições dispensassem seus alunos. A direção das universidades Cásper Líbero, PUC, Mackenzie e Anhembi-Morumbi resolveu encerrar as aulas às 22h. Viaturas da PM acompanharam a saída dos estudantes e funcionários. Como na noite de segunda-feira, as ruas ficaram desertas e muitos estabelecimentos - principalmente bares - resolveram fechar por precaução. Na madrugada, em São Sebastião, no litoral, pelo menos quatro homens, todos encapuzados, armados de espingarda calibre 12 e pistolas, invadiram, às 4 horas da madrugada desta quinta-feira a gráfica do jornal Imprensa Livre. Em Guarulhos, pelo menos nove mortes aconteceram no mesmo bairro, mas a polícia ainda não sabe os crimes têm relação. Em São Paulo, por volta das 4h30, policiais militares interceptaram um Palio cinza que trafegava sobre a Ponte do Piqueri, na Marginal do Tietê, zona oeste. Dentro do carro havia quatro bananas de dinamite. Os dois homens que estavam no veículo saíram atirando contra os policiais militares. Um dos criminosos foi baleado e morto; o outro conseguiu fugir.

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