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Polícia prende suspeitos de assassinar perita do INSS em MG

Maria Cristina Souza Felipe da Silva foi morta a tiros no dia 13 de setembro, exatamente na data em que os médicos peritos deflagraram uma paralisação nacional cobrando mais segurança no trabalho

Por Agencia Estado
Atualização:

As polícias Federal e Civil de Minas Gerais anunciaram nesta quinta-feira, 05, a prisão de três homens e a apreensão de um menor, suspeitos de participação no assassinato da chefe do serviço de perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Governador Valadares (MG), Maria Cristina Souza Felipe da Silva, de 56 anos. Ela foi morta a tiros na porta de sua casa no dia 13 de setembro, exatamente na data em que os médicos peritos deflagraram uma paralisação nacional cobrando mais segurança no trabalho. Os delegados responsáveis pela investigação concluíram que o assassinato foi encomendado pelo despachante José Alves de Souza, de 58 anos. Conhecido como "Zuza", Souza comandaria um esquema de concessão de benefícios ilegais. Desde o início das investigações, as polícias e o Ministério Público Federal (MPF) trabalhavam com a hipótese de que o crime tivesse relação com o cargo ocupado pela vítima. Foram presos também os irmãos Ricardo Pereira dos Anjos, 27 anos, e Rodolfo Pereira dos Anjos, de 20, apontados como intermediários do crime. Rodolfo, segundo o chefe da PF em Governador Valadares, delegado Rui Antônio da Silva, foi contratado por Zuza para matar a médica, mas repassou a tarefa para o irmão. Ricardo, vulgo "Cacá", contratou o menor A.P.A, 17 anos, que confessou ter feito os disparos que mataram a perita do INSS. Cacá acompanhou o menor na manhã da execução e ajudou-o a fugir por uma balsa que faz a travessia do Rio Doce. Testemunhas dissera que o autor dos tiros estava em uma bicicleta. O despachante encomendou a morte da médica por R$ 3 mil, que foi dividido entre os contratados. O mentor do crime também teria fornecido a arma usada para matar Maria Cristina. Todos confessaram a participação no assassinato, mas os policiais desconfiam que eles possam estar ocultando informações ou outros envolvidos. Prejudicado De acordo com o delegado Wagner Pinto, da Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV) da Polícia Civil mineira, Zuza mandou matar a médica porque ela iniciou um processo de revisão dos benefícios concedidos de forma fraudulenta. "Ele se sentia prejudicado pela vítima em razão das análises periciais que a vítima estava fazendo e revendo algumas dessas perícias". O chefe da PF na cidade trata com bastante cautela a hipótese de participação de servidores do órgão federal no suposto esquema de fraudes. "Temos de continuar investigando. Servidores foram ouvidos, mas não na condição de suspeitos", destacou. O adolescente apontado como o executor do crime foi preso na última terça-feira, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. O Juiz da Vara da Infância e Juventude já expediu mandado de busca e apreensão contra ele. Conforme a PF, durante as investigações, descobriu-se que este é o segundo homicídio praticado pelo menor num período de cerca de três meses. Pela morte da médica, ele recebeu a quantia de R$ 1 mil.

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