Polícia prendeu 65 pessoas durante distúrbios de segunda-feira em Porto Alegre

Ato terminou com depredação de quatro prédios, nove agências bancárias e 21 lojas, algumas das quais saqueadas

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Por Elder Ogliari
Atualização:

PORTO ALEGRE - A manifestação de segunda-feira à noite, 24, em Porto Alegre deixou um saldo de dois prédios públicos, dois prédios residenciais, nove agências bancárias e 21 lojas depredadas, com algumas delas saqueadas, além de 20 contêineres de lixo virados e incendiados. Das 65 pessoas detidas, 13 foram encaminhadas ao Presídio Central e responderão por crimes contra o patrimônio. Entre elas, 11 têm antecedentes criminais por roubo, receptação, lesão, porte ilegal de armas, ameaça e estupro. O levantamento foi divulgado na tarde desta terça-feira pela Secretaria da Segurança Pública.

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Em outras áreas também houve danos para a população. Pelo menos oito pessoas sofreram ferimentos leves e tiveram de procurar atendimento hospitalar. O comércio calcula prejuízo de pelo menos R$ 2 milhões decorrentes de depredações e saques dos dois últimos protestos. E a prefeitura terá de gastar quase R$ 900 mil para repor um ônibus queimado na quinta-feira, dezenas de contêineres de lixo e centenas de placas de sinalização depredados.

Movimento condutor. O secretário da Segurança Pública, Airton Michels, disse que o movimento que promove as manifestações é pacífico, mas "involuntariamente acaba sendo um condutor, um caudal de pessoas que se aproveitam para cometer delitos". Há pelo menos três indicativos para isso. Quando o protesto tomou a Avenida Borges de Medeiros para voltar ao centro da cidade, um pequeno grupo desgarrou-se da multidão e entrou em ruas do bairro Cidade Baixa depredando automóveis, prédios e bares. Durante a passeata, pelo menos dois manifestantes foram assaltados por pessoas infiltradas no movimento.

E, ao final, houve confusão na Avenida Borges de Medeiros porque a maioria tentou conter um grupo que estava destruindo a fachada de estabelecimentos comerciais.

Segundo o coronel Fábio Duarte, comandante da Brigada Militar, foi durante o confronto entre os próprios manifestantes que a tropa decidiu avançar para evitar que muita gente se machucasse. Daquele momento em diante, a maioria voltou para casa enquanto a Brigada Militar e grupos dispersos de depredadores se enfrentavam nas ruas centrais da cidade.

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