12 de agosto de 2010 | 16h55
CURITIBA - A polícia paranaense está mobilizada desde a noite de quarta-feira, 11, para encontrar uma mulher que raptou um bebê do sexo masculino recém-nascido no Hospital da Providência, em Apucarana, a cerca de 370 quilômetros de Curitiba, no norte do Paraná.
A polícia ouviu testemunhas que descreveram a mulher como aparentando 30 anos, de baixa estatura, gorda, pele morena e cabelos lisos escuros na altura dos ombros. Uma das testemunhas disse ter visto alguém com essa descrição juntamente com um homem, outra mulher e um bebê em um Gol preto com placas de Ponta Grossa. Imagens de praças de pedágio foram requisitadas pela polícia.
A mulher teria entrado no hospital, provavelmente no horário de troca de acompanhantes, entre 19 e 20 horas. O local tem duas entradas, uma das quais fica fechada a chave, mantida com o recepcionista. Segundo uma das assistentes sociais do hospital, nenhum dos funcionários viu alguém saindo com a criança. Não há câmeras de vídeo para gravar a movimentação na entrada do estabelecimento.
As testemunhas declararam à polícia, que a mulher, vestida com roupa branca, apresentou-se no quarto como enfermeira. Há no local quatro leitos, todos ocupados no momento. Havia ainda outras três acompanhantes, entre elas a avó do bebê raptado. Segundo a madrinha da criança, que nasceu às 18h20, Priscila Vilas Boas, a falsa enfermeira pediu a uma mãe que lhe desse o bebê para fazer o teste do pezinho e saiu do quarto. Como demorasse, a tia foi atrás e encontrou a mulher, que indicou estar a criança em outro quarto, onde realmente a encontrou, mas desenrolada do cobertor.
Novamente no quarto, a falsa enfermeira pediu outra criança, mas a mãe não deixou levar dizendo que estava na hora de amamentá-la. Por fim, pediu o bebê raptado que foi entregue pela avó por volta de 20 horas. Cerca de uma hora depois, como não retornasse e nem tivesse sido encontrado, as outras enfermeiras foram alertadas e disseram que o procedimento não era realizado naquele horário. A polícia foi comunicada imediatamente, mas as buscas foram infrutíferas tanto dentro quanto fora do hospital.
"Foi um choque, desespero, nove meses aguardando, vendo o sofrimento da esposa na hora do parto, chegar aqui e teu filho não estar mais aqui, uma qualquer levou teu filho embora, é triste", disse o pai do bebê, Lincoln Henriques, à Rede Paranaense de Comunicação (RPC), afiliada da Rede Globo. O casal tem outra filha, de cinco anos. Uma equipe do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), deslocou-se de Curitiba para Apucarana. A polícia também investiga se houve negligência por parte do hospital ou de algum de seus funcionários.
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