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Polícia tenta esclarecer morte de empresário

Por Agencia Estado
Atualização:

A polícia acredita que o motivo do assassinato do advogado e empresário Cláudio Lins, de 57 anos, em Búzios, na Região dos Lagos, tenha sido uma dívida de R$ 2.640. A empregada Eliana Amorim, de 47 anos, mulher do assassino, o ex-caseiro do advogado, Paulo Manoel Soares, de 41, disse ao delegado que investiga o crime, Renato Nunes da Silva, que o patrão devia quatro meses de salário ao casal. Lins morreu após ser atingido por três tiros disparados de sua própria arma, uma pistola Glock 380. O crime ocorreu por volta das 20h30 de ontem, na luxuosa casa de número 9 da Rua das Correntes, na Praia da Ferradura, durante jantar promovido pelo empresário Antenor Barbosa Lima. O delegado afirmou não saber quem fez o primeiro disparo. O caseiro ficou com uma bala alojada na cabeça. O enterro de Lins foi marcado para as 17 horas de hoje, no Cemitério São João Batista, na zona sul do Rio, mas, até o meio-dia, o corpo ainda não havia sido removido do Instituto Médico Legal (IML) de Cabo Frio, na Região dos Lagos. O delegado Nunes ouviu apenas uma testemunha do crime, o caseiro de Antenor Barbosa Lima, Júlio César Fernandes, de 34 anos, que disse que Soares cobrou a dívida na manhã de sexta-feira, mas Lins teria falado para o ex-empregado retornar no fim da tarde daquele dia. Antes dos disparos, houve luta corporal entre os dois, já no corredor principal da casa. No local, foram encontrados cinco estojos da pistola deflagrados. A arma estava ao lado do corpo da vítima, disse Nunes. Bilhete Segundo Eliana, que também trabalhava para a família de Cláudio Lins, o patrão devia o equivalente a quatro meses de salário para ela e Soares (cada um ganhava R$ 330). Hoje de manhã, ainda internado no Posto de Urgência de Manguinhos, em Búzios, o ex-caseiro escreveu um bilhete, entregue à sua mulher, no qual disse que Lins apontou a arma em sua direção assim que ele chegara à casa de Lima, e teria ordenado que ele se ajoelhasse. Quando o fez, teria sido baleado. Soares disse ter reagido ao ataque quando o ex-patrão ameaçou matar Eliana. O delegado marcou para segunda-feira os depoimentos de Antenor Barbosa Lima e sua mulher, Luciana Perez. Segundo Nunes, todas as testemunhas do assassinato (a festa reunia 20 pessoas, entre elas a modelo Vanessa de Oliveira, o ex-deputado Nestor Rocha e sua mulher, a jornalista Liliana Rodrigues) deixaram o local após o crime, o que está dificultando o trabalho da polícia. A mulher de Lins, a socialite Madeleine Saade, que estava no Rio organizando o almoço de Páscoa da família, ainda não foi contatada pelo delegado. Muito abalada, ela não deu entrevistas e passou o dia tomando sedativos. Choque Cláudio Lins era um dos nomes mais conhecidos da alta sociedade carioca. As festas que ele e a mulher promoviam, no edifício Chopin, na Avenida Atlântica, especialmente a de réveillon, reunia artistas como a apresentadora Hebe Camargo, amiga íntima de Madeleine Saade. A morte do advogado chocou a socialite Narcisa Tamborindeguy, vizinha e amiga do casal. "A violência está assustadora. As pessoas não têm mais compaixão pelas outras. Cláudio era uma pessoa adorável, muito gentil." Há cerca de três meses, outro assassinato assustou o balneário de Búzios, um dos mais procurados por turistas no Estado. O empresário Albérgio Alexandre Araújo, de 37 anos, dono de bingos no Rio, foi morto a tiros de fuzil na porta de sua casa, no bairro de Geribá. Um ex-policial militar está preso pelo crime.

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