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Polícia vai avaliar um por um pedidos de proteção a juízes

Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal vai analisar caso a caso os pedidos de proteção a juízes que atuam no combate ao narcotráfico e ao crime organizado. A pedido do Ministério da Justiça, a PF está fazendo um levantamento para identificar os casos prioritários de juízes e integrantes do Ministério Público que estejam sofrendo ameaças. Se tivessem que atender a todos os pedidos de proteção para os juízes do País, não haveria agentes federais suficientes, dizem fontes da PF. O detalhamento está sendo feito a pedido do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, depois do assassinato dos juízes de Presidente Prudente, Antônio José Machado Dias, e de Vitória, Alexandre Martins de Castro Filho. No País, são 5.114 agentes federais que podem ser destacados para o trabalho de segurança em caso de solicitação, número considerado até reduzido para a nova missão. Segundo informações da PF, para cada magistrado será necessário destacar uma equipe de seis homens, porque estão previstos turnos de trabalho dos agentes durante o dia e parte da noite. Há preocupação com o atendimento de todas as solicitações de proteção especial, porque a Polícia Federal poderia ter de paralisar outros trabalhos. Por isso, o Ministério da Justiça espera também que os governos estaduais ofereçam policiais militares e civis para garantir a segurança especial de juízes, procuradores e promotores ameaçados. Segundo o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Marco Aurélio Mello, os Estados são os responsáveis pela segurança dos integrantes da Justiça e dos cidadãos em geral. Sobre a eventual dificuldade dos governos estaduais para atender às demandas da Justiça, Marco Aurélio afirmou que os Estados devem contratar mais homens para as Polícias Militar e Civil. "Eu não posso imaginar que o Rio de Janeiro, com um contingente de 26 mil policiais militares, não possa dar segurança aos juízes da área criminal. Agora, se não se tem efetivo suficiente, que se constitua o efetivo. O interessado na segurança do Judiciário é o cidadão que paga impostos", afirmou o presidente do STF. Ele concorda com a preocupação de que não se pode desfalcar a equipe de policiais que atua no patrulhamento das ruas para dar segurança aos magistrados. "Concordo que não se pode descobrir um santo para cobrir o outro, mas não é o caso. É preciso que o Estado venha a se aparelhar para dar combate ao crime. A segurança pública é dever do Estado", declarou o ministro. Veja o especial:

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