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Polícia Civil de SP vai investigar comércio de armas pelo Facebook

Secretário da Segurança determinou instauração de inquérito após denúncia feita pelo ‘Estado’; pasta chegou a negar responsabilidade

Foto do author Marco Antônio Carvalho
Por Fabio Leite e Marco Antônio Carvalho
Atualização:
Clandestino. Vendedores negociam revólveres e munições Foto: JONNE RORIZ/AE

SÃO PAULO - O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, determinou nesta terça-feira, 21, a instauração de inquérito para apurar a denúncia feita pelo Estado de comércio ilegal de armas de fogo pelo Facebook. O Departamento de Inteligência (Dipol) da Polícia Civil vai rastrear inicialmente grupos, páginas e perfis com suspeita da prática, que poderão responder por venda e porte ilegal desses equipamentos.

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O trabalho da inteligência deverá ser transferido para condução de uma delegacia específica, ainda não definida. A reportagem mostrou a identificação de ao menos dez grupos da rede social onde há o comércio de armas, munição e acessórios controlados pelo Exército e pela Polícia Federal.

O Estado chegou a entrar em contato com um dos vendedores e, por meio do WhatsApp e com poucas mensagens trocadas, negociou a compra de dois revólveres calibre 357, de uso restrito, com cem munições, por R$ 2.640. Nesta terça, a privacidade da página havia sido alterada, impedindo o acesso público. 

Em posicionamento para a reportagem no fim da semana passada, a pasta da Segurança chegou a negar a responsabilidade de investigação de crimes dessa natureza, transferindo-a à Polícia Federal, que devolveu e negou competência para casos como esse. 

Nesta terça, a pasta informou que o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) já conduz outros inquéritos com temas similares. Um deles resultou, em abril, na prisão de um homem flagrado vendendo um fuzil calibre .223 pelo aplicativo WhatsApp. 

Em outra apuração, ainda em andamento, a polícia mira em um perfil que estaria ofertando armas e aplicando golpes em consumidores. Segundo a secretaria, já foi solicitado à Justiça a quebra de sigilo do IP (protocolo de identificação) do usuário.