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Policiais civis da Bahia anunciam greve a partir de segunda-feira

Categoria pede envio de projeto de lei que oficializa os direitos e deveres da polícia à Assembléia Lesgislativa

Por Tiago Décimo
Atualização:

Em assembléia na manhã desta quinta-feira, 4, no centro de Salvador, os policiais civis baianos decidiram cumprir as ameaças que fazem desde o dia 11 e paralisar as atividades a partir de segunda-feira, por tempo indeterminado. Depois da assembléia, eles partiram para uma passeata pelas ruas do centro da capital baiana.   Os policiais reivindicam o envio, por parte do governo do Estado, do projeto de Lei Orgânica da categoria para votação na Assembléia Legislativa. "O governo havia prometido encaminhar a proposta até o dia 28 - e não cumpriu", afirma o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindpoc), Carlos Lima. "Nossa intenção é que o projeto seja aprovado ainda neste ano."   O projeto da Lei Orgânica, que prevê a oficialização de tópicos relativos a direitos e deveres dos policiais, está sendo apreciado pela Secretaria da Administração do Estado (Seab). Depois de analisada, em caso de aprovação, a proposta deve ser encaminhada à Casa Civil, para ser referendada e, só posteriormente, enviada para aprovação na Assembléia.   De acordo com o sindicato, durante a paralisação só serão prestados serviços essenciais, como registro de óbito. A Bahia tem cerca de 6 mil policiais civis. Apenas Salvador concentra 2,5 mil.   Segundo o secretário da Administração, Manoel Vitório, a o projeto de lei foi recebido pela Seab "há pouco mais de 30 dias" e ainda está sendo analisada e não há prazo previsto para o envio para a assembléia. "O governo não pode se precipitar, enviar qualquer tipo de projeto para ser aprovado", diz. "Não vamos tolerar esse tipo de pressão. (A greve) me parece totalmente incoerente."   Polícia Militar   Enquanto os policiais civis pressionam, o governo da Bahia enviou à Assembléia Legislativa, na quarta, o projeto que propõe a reestruturação da Polícia Militar. No documento, a administração pública propõe o resgate das graduações de cabo e subtenente, para dar mais oportunidades de promoção aos oficiais, e prêmios em dinheiro aos policiais que tiverem melhor desempenho, com base em índices como a redução de criminalidade nas áreas onde trabalham. "Queremos estimular mais os policiais que estão nas ruas, combatendo o crime e se relacionando com a população", justifica Vitório.

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