Policiais de Campinas e São Paulo investigam Andinho

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Por Agencia Estado
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Os seqüestros cometidos por Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, na região de Campinas, serão investigados em conjunto por policiais da cidade e de São Paulo, informou nesta terça-feira o delegado da Delegacia Anti-Seqüestros (Deas) de Campinas, Joel Antônio dos Santos. Ele comentou que equipes de São Paulo e de Campinas estarão mobilizadas em diligências nas duas cidades. Policiais de Campinas lamentaram que o seqüestrador tivesse sido levado para São Paulo, depois de capturado, sem antes ser interrogado pela Deas, que investiga pelo menos 10 seqüestros nos quais há indícios da participação da quadrilha de Andinho, cometidos no ano passado e neste ano. Para Santos, porém, podem ser atribuídos ao criminoso 90% dos 41 seqüestros registrados desde o início de 2001 na região. Santos confirmou que a Deas ainda não havia interrogado Andinho até esta terça-feira, mas afirmou que havia formalizado um pedido junto ao Departamento de Narcóticos (Denarc) de São Paulo, responsável pela prisão do seqüestrador, para que ele seja interrogado por policiais da Anti-Seqüestros de Campinas. "Estamos trocando informações e organizando diligências", alegou. O delegado insistiu que, com a prisão de Andinho, a Deas poderá solucionar a maior parte dos seqüestros ocorridos na região de Campinas no ano passado e neste ano. Ele afirmou que a polícia está fazendo um levantamento dos bens do seqüestrador, em inquérito aberto no mês passado. Santos disse que a Deas pediu o seqüestro dos bens do criminoso, que poderiam ser usados para ressarcir vítimas da quadrilha. O levantamento ainda não foi concluído, conforme Santos, porque os bens não estão em nome de Andinho. "É uma tarefa complicada", indicou. A casa de Atibaia, avaliada em R$ 600 mil, está no nome da ex-mulher do criminoso, Luciana Bernardino de Seixas. O advogado de Luciana, Luiz Fábio Coppi, disse nesta terça-feira ao Estado que a casa foi comprada por sua cliente. Coppi afirmou que tem como provar a origem do dinheiro usado por Luciana na compra do imóvel, que, segundo ele, ainda não foi totalmente quitado. Mas não quis adiantar detalhes à reportagem. "Estamos juntando os documentos para entregar à polícia de Campinas", disse. De acordo com o advogado, o jet ski, cuja nota fiscal em nome de Luciana foi encontrada em um cativeiro estourado pela polícia em Limeira, pertencia de fato à ex-mulher de Andinho. Luciana teria comprado o aparelho e deixado na Marina Atibainha, em Atibaia. Coppi alegou, porém, que o jet ski foi furtado por dois homens que se apresentaram no local como policiais, e chegaram a exibir um mandado de apreensão. Ele comentou que o furto foi registrado em um boletim de ocorrência na delegacia de Nazaré Paulista. Os policiais se apresentaram na marinha logo depois do estouro do cativeiro em Limeira, no final do ano passado, disse o advogado, e deram dois nomes que não constam dos quadros da polícia paulista. "Provavelmente o mandado também era falso. Esta é uma história que precisa ser apurada", apontou. Além da casa e do jet ski, afirmou Coppi, Luciana tem em seu nome um automóvel. Mas ele disse que não recordava o modelo e a marca. "Temos informações de que ela nunca trabalhou", disse um investigador que preferiu não se identificar. Luciana mora na casa de Atibaia com a filha. Coppi disse que Andinho e Luciana estão separados há pelo menos dois anos. Eles têm uma filha de 8 anos, e Luciana está grávida. Mas o advogado afirmou que não é do seqüestrador. Para a polícia, porém, o casal continuava junto até o final do ano passado. Não há nenhum inquérito aberto contra Luciana, segundo investigadores. Coppi afirmou que ela está afastada "há muito tempo" do seqüestrador e "está tentando levar sua vida".

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