Policiais espanhóis chamaram brasileiros de 'cachorros', diz mãe

Jucineide Rangel, mãe da brasileira detida na Espanha, se sente indignada com o que aconteceu à filha

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Por Ítalo Reis
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Indignada. É dessa maneira que se sente Jucineide Rangel, de 51 anos, mãe da brasileira Patrícia Rangel, que está retida no Aeroporto de Madrid, na Espanha, desde quarta-feira, 5. Ela contou ao estadao.com.br, nesta quinta-feira, 6, que a filha e os outros brasileiros retidos foram chamados de cachorros pelos policiais da imigração na sala do aeroporto. "Ela me disse que quando chegaram os policiais mandaram eles sentarem no chão. Daí o Pedro perguntou porque eles estavam sendo tratados daquela maneira, como cachorros, e o policial disse 'vocês são cachorros', se referindo aos brasileiros." Veja Também: Espanha ignora apelos do governo e deporta 20 brasileiros Acadêmica deportada planeja medida judicial contra Espanha Saiba como agir se for barrado em aeroporto Brasil ameaça restringir entrada de espanhóis no País Brasil deve adotar medidas contra espanhóis?    Na noite de quarta-feira 30 brasileiros foram detidos na Espanha, entre eles estavam os dois pós-graduandos do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), Patrícia Rangel e Pedro Lima. Jucineide afirmou que o tratamento que a filha e os brasileiros receberam foi o de "criminosos". "Eles foram tratados como criminosos, como terroristas que são procurados pela polícia. Mas não fizeram nada." A mãe contou que, além dos brasileiros, havia outros latino-americanos, marroquinos e dois negros norte-americanos que foram barrados. Além disso, a Jucineide não entende porque a filha ficou retida na Espanha, se o destino da jovem era Portugal. "Eu não entendi. Eles iriam para Portugal, então por que a polícia espanhola prendeu eles? Achei isso estranho." Segundo Jucineide, a filha havia se preparado e tirado todas as dúvidas antes de viajar ao exterior. "Ela procurou saber quais eram todos os documentos para poder entrar em Portugal, e estava preparada". A mãe disse ainda que a filha realmente não tinha o valor mínimo de estadia exigido pela Espanha, que é de 60 euros por dia. "Ela foi preparada para ir a Portugal, a exigência para entrar lá é de 40 euros". Mesmo assim Jucineide não compreende a decisão da imigração espanhola. "Ela está com o cartão de crédito ou, se isso não é aceito, ela poderia ligar para cá e pedir que nós depositássemos mais. Além disso, o Pedro tem mais do que o exigido por eles". Mais indignação O pai de Pedro, Luiz Carlos Lima, disse que o filho e o restante dos brasileiros foram transferidos da cela em que estavam, e levados a um lugar que seu filho não conhecia. "Pedro me disse que tinham levado ele para outro local, que ele não conhecia. Eu não tenho contato com ele nesse lugar." Lima também criticou o tratamento dado pela Espanha aos brasileiros e disse que o Brasil deve mudar a política com o governo espanhol. "O governo brasileiro tem que ter uma política mais austera com a Espanha". Segundo ele, o ocorrido "só acontece em regimes de ditadura". Os pais dos brasileiros informaram que seus filhos serão deportados na sexta-feira, por volta das 12h local, e que os dois só receberam essa notícia nesta quinta-feira.

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