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Policiais mortos por seqüestrador são enterrados

Por Agencia Estado
Atualização:

O enterro do policial civil Paulo Tamotsu Tamaki, morto quarta-feira pelo seqüestrador Fernando Dutra Pinto num flat em Barueri, foi realizado hoje, às 16h15, e levou cerca de 500 pessoas ao Cemitério Gethsêmani, no Morumbi, em São Paulo. O corpo foi velado na Academia da Polícia Civil, juntamente com o do outro policial assassinado na ação, Marcos Amorim Bezerra. Na saída do cortejo, às 15h15, havia 1.500 pessoas na Academia de Polícia. Os policiais foram homenageados com sete salvas de tiros. Os cortejos saíram acompanhados por dezenas de carros policiais com sirenes ligadas. Em várias ruas, o trânsito foi interrompido. Tristeza e revolta marcaram a reação de parentes, amigos e policiais que estiveram no Gethsêmani. "A perda é muito grande, não só do amigo como do policial", afirmou o delegado Sérgio Ricardo Silva, plantonista do 91º Distrito Policial, onde Tamaki trabalhava. Silva disse que foi Tamaki quem subiu no elevador juntamente com o seqüestrador, no flat L´Étoile, momentos antes de ser assassinado. Muito abalada, a mulher dele, Maria Isabel de Jesus Tamaki, confirmou ter recebido do Instituto Médico-Legal (IML) a informação de que ele havia sido atingido por nove tiros, todos nas costas. A filha Clarissa, de 17 anos, disse que sentia medo pelo risco que o pai corria. "A gente nunca acha que vai acontecer com alguém próximo." No enterro do investigador da Polícia Civil Marcos Amorim Bezerra,no cemitério Campo Grande, na zona sul, familiares e amigos ainda estavam surpresos. Poucos imaginavam que o premiado professor de artes marciais, de 38 anos, pudesse morrer em combate. "Ele poderia imobilizar qualquer adversário facilmente", disse o ex-professor do policial Song Un Kim, mestre 7º dan em hapki-do. Segundo Kim, Bezerra era faixa preta 3º dan e já havia conquistado diversos títulos em sua carreira de atleta. A ex-cunhada Elizabete Cravo Macedo disse que Bezerra gostava muito da profissão e estava realizando um antigo sonho de ser investigador. "Foi uma injustiça o que aconteceu com ele", disse. Familiares mais próximos também não aceitavam a morte do policial, que vivia com a mulher, Perpétua Dantas, e duas enteadas. "Senti um pressentimento ruim no sábado. Parecia que alguém queria fazer mal a ele", disse a enteada Camila Dantas, de 16 anos. "Não dá pra acreditar. Ele era muito bom para nós" lamentou a garota.

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