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Policiais são vítimas de emboscada no Pará

Agressores disseram ser trabalhadores sem-terra que invadiram uma fazenda à beira da Transamazônica. MST nega ligação

Por Agencia Estado
Atualização:

O delegado da Polícia Civil no sul do Pará, Sérgio Máximo, saiu ileso, após ser dado como morto, mas o investigador Regino Peres teve o pulmão perfurado por bala de revólver durante emboscada preparada por homens que se dizem trabalhadores sem-terra e invasores de uma fazenda no km 6 da rodovia Transamazônica entre os municípios de Marabá e Itupiranga. Policiais civis e militares estão desde ontem caçando os autores da emboscada nas matas da fazenda, mas até o final da tarde ninguém havia sido preso. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com forte atuação entre os lavradores de Itupiranga, negou que os policiais tenham sido atacados por algum sem-terra. Para a entidade, a emboscada foi obra de bandidos em fuga que entraram na fazenda, mas que nada têm a ver com a luta pela reforma agrária. O investigador Peres foi internado em um hospital de Marabá e corre risco de morte, pois a bala ficou alojada próximo ao coração. "O superintendente da Polícia Civil na região, delegado Sílvio Maués, disse ao Estado que tão logo soube do atentado contra os policiais, recebeu informações de moradores da fazenda que Sérgio Máximo havia morrido. "Pedi o apoio da Polícia Militar e mandamos uma equipe para o local. Graças a Deus que a informação não era verdadeira", contou Maués. "Depois que Peres foi resgatado ferido, os policiais encontraram Sérgio Máximo na estrada. O delegado relatou que os autores da emboscada são conhecidos na área por Fininho e Pedrão. "Fomos surpreendidos, mas reagimos à altura", disse o policial. Maués acredita que os invasores da fazenda estariam dando cobertura para assaltantes de estradas e homicidas perigosos, que também se dizem agricultores sem-terra. "Eles são perigosos, mas nós vamos prendê-los", prometeu o delegado. Na região de Itupiranga há cerca de seis fazendas invadidas e ocupadas por famílias sem-terra ligadas ao MST e à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri). As duas entidades exigem que elas sejam imediatamente desapropriadas.

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