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Policiais suspeitos de ajudar em fuga no interior de São Paulo

Três detentos passaram por dois portões até chegar à muralha na terça-feira

Por Agencia Estado
Atualização:

Um inquérito policial militar e outro civil foram abertos para apurar a fuga de três detentos da Penitenciária de Iaras, no interior do Estado de São Paulo. Eles escaparam na manhã de terça-feira, escalando a muralha de seis metros de altura do presídio. Os PMs de plantão, responsáveis pela guarda do muro, nada viram e, por isso, estão sob investigação. A Penitenciária de Iaras é dominada por presos ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) desde sua inauguração, em 2000. Os foragidos são Sidney Belino Dutra, de 32 anos, condenado por roubo; Reginaldo Luiz Corte, de 24 anos, condenado por latrocínio (roubo seguido de morte) e Everton Antônio, de 22 anos, condenado por tráfico e homicídio. Segundo fontes do sistema prisional, os detentos passaram por dois portões até chegar à área da muralha. Eles usaram a tradicional tereza (corda feita com panos e lençóis) para escalar o muro. Como o presídio de Iaras, considerado de segurança máxima abriga presos perigosos do PCC, a guarda é feita por PMs e não por Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária (AEVPs). A fuga aconteceu às 7h15, mas só foi descoberta no plantão seguinte, após a contagem de presos. A tereza e uma escada improvisada com pedaços de madeira foram encontradas por um PM. A direção do presídio também abriu sindicância para investigar a possível participação de funcionários na fuga. O JT conseguiu os nomes dos foragidos com a Polícia Civil. Se depender da vontade e orientação da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) a imprensa não terá mais acesso aos nomes dos fugitivos. Segundo a assessoria de imprensa da SAP, o secretário Antônio Ferreira Pinto autoriza apenas a divulgação do número de foragidos e não os nomes. Para o Sindicato dos Agentes Penitenciários, a decisão de Ferreira Pinto só é boa para os foragidos. Na gestão anterior, de Nagashi Furukawa, a assessoria era autorizada a passar nomes, fotos e os dados dos fugitivos, para alertar a sociedade e ajudar na recaptura dos presos.

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