Policiais vão ''seguir'' Serra

Categoria decidiu intensificar protestos por reajuste

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Por Roberto Almeida
Atualização:

A Polícia Civil de São Paulo, em greve desde 16 de setembro, seguirá a partir da próxima semana os passos do governador José Serra (PSDB) e de deputados da base aliada, com o objetivo de pressioná-los para a aprovação de um projeto substitutivo na Assembléia Legislativa. O texto elaborado pela classe prevê reajuste salarial de 15%, mais dois novos aumentos de 12% até 2010, em oposição ao atual projeto que tramita na Casa, redigido por Serra, que promete à categoria dois reajustes de 6,5% a partir de 1º de janeiro. A polícia pretende usar sua capilaridade no interior do Estado para chegar ao governador e aos deputados em suas agendas de trabalho. Manifestações em São Paulo devem ser intensificadas, de acordo com diretrizes que serão estabelecidas em reunião já marcada para segunda-feira. Sérgio Roque, presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, afirma que a reivindicação de reajuste de 15% se mantém "porque eles não sabem a pressão que será feita". A categoria deve agir em duas frentes: uma na própria Assembléia, em articulações políticas com a bancada da oposição, e outra nas ruas, com diversas manifestações até que a votação do substitutivo seja feita. Ontem, policiais civis e representantes das entidades da categoria participaram de uma audiência pública para discutir os projetos de lei do governo do Estado. No entanto, os secretários de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, e de Gestão Pública, Sidney Beraldo, não compareceram à Assembléia, transformando o evento em uma série de discursos anti-Serra. João Rebouças, presidente do Sindicato dos Investigadores, reclamou da falta de diálogo e afirmou que o "governo deu uma demonstração de covardia por jogar irmãos contra irmãos", em referência ao enfrentamento entre as Polícias Civil e Militar perto do Palácio dos Bandeirantes. Tucanos que foram à tribuna reiteraram que há diálogo com o Executivo, em busca de solução para o impasse.

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