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Policial foi cobrar R$ 120 mil para "dar proteção"

Por Agencia Estado
Atualização:

O capitão do Getam Wellington Medeiros foi o responsável por cobrar de Alexandre do Rego Lima o pagamento de R$ 120 mil como "proteção" da polícia aos traficantes da Cidade de Deus. Depois da reunião em 29 de novembro, telefonava com freqüência. Em depoimento de 12 de dezembro, Lima afirmou que Medeiros passou a usar um código e deixou de dizer seu nome ao ligar. Também não usava mais o telefone celular pessoal. Temia estar sendo observado pelo Serviço Reservado da Polícia Militar (P-2). Ao telefone, Medeiros perguntava a Lima se "as meninas iam à festa" (código para dizer se os traficantes pagariam a propina). No dia 10, o policial deu-lhe um ultimato e perguntou pela última vez se "as meninas iam à festa". O presidente da Associação de Moradores disse que não e ouviu uma ameaça. "As meninas vão pagar para ver, vão perder o emprego e os meus meninos é que vão mandar na favela." Segundo Lima, a mensagem era que "os traficantes seriam reprimidos e presos ou mortos e a PM iria atuar direto na comunidade". Os oficiais começaram a se preocupar com a possibilidade de serem descobertos depois de verem uma Kombi da P-2 do lado de fora do Centro de Formação de Aprendizes de Praça (CFAP), após a conversa. Três PMs do Serviço Reservado monitoravam Lima e filmavam a entrada e a saída de pessoas e carros da unidade da Polícia Militar. Por ordem do comandante-geral da PM, Francisco Braz, a P-2 havia fornecido a Lima um gravador para registrar a conversa.

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