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Pontos comuns entre Toninho do PT e Celso Daniel

Por Agencia Estado
Atualização:

A morte de dois prefeitos de importantes cidades paulistas em pouco mais de quatro meses reforçou a situação de caos no Estado. Em comum, Antonio da Costa Santos, de Campinas, e Celso Daniel, de Santo André, tinham o Partido dos Trabalhadores, que ajudaram a fundar e do qual eram representantes destacados. Os dois também tinham em comum o fato de o partido ter sido ameaçado por um suposto grupo de extremistas identificado como FARB, que distribuiu aos políticos e principais filiados do PT uma carta, na qual assumiam a autoria da morte de Toninho, como era conhecido o prefeito de Campinas, além de prometer represálias contra outros petistas. Curiosamente, porém, a carta endereçada ao prefeito campineiro só foi postada dois meses depois de sua morte. Outro ponto comum é que nem a autoria das cartas e nem os responsáveis pelo assassinato do prefeito foram apontados pela polícia. Quatro rapazes com idades entre 17 e 20 anos tiveram prisão decretada em Campinas depois de confessar o crime, mas o inquérito está sendo revisto por uma equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo porque o Ministério Público não acatou a denúncia contra os quatro feita pela polícia civil. Três dos acusados foram libertados, e o quarto continua detido por outros crimes, como receptação e tráfico. Segundo o MP, não havia provas suficientes para indiciá-los pela morte do prefeito. Para a prefeita Izalene Tiene (PT), que assumiu a prefeitura de Campinas, a impunidade é justamente o principal fator de aumento da criminalidade do Estado. Ela prefere não relacionar a morte de Toninho com a de Celso Daniel. Mas diz que se os casos do prefeito de Campinas e das cartas de ameaça tivessem sido esclarecidos, a polícia teria mais facilidade para tratar a tragédia ocorrida com o prefeito de Santo André. Izalene defende uma reforma na polícia paulista, com policiais treinados, melhores salários, maior efetivo e equipamentos adequados. A polícia reconhece a falta de efetivo, mas defende que houve redução nos roubos e furtos de veículo no ano passado e que, desde a criação da Delegacia Anti-Seqüestros de Campinas, em setembro passado, dos 16 casos ocorridos, 13 foram solucionados, com a prisão de 26 seqüestradores.

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