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Por falta de espaço em cadeia, oito permanecem detidos em caminhão

medida foi tomada nesta quinta-feira pelo delegado responsável pela cadeia Fausto Cardoso, que desde maio sofre com o problema da superlotação

Por Agencia Estado
Atualização:

Oito homens estão detidos dentro de um caminhão, por falta de espaço na cadeia feminina de Ubatuba, Litoral Norte Paulista. A medida foi tomada nesta quinta-feira pelo delegado responsável pela cadeia Fausto Cardoso, que desde o mês de maio sofre com o problema da superlotação. No local há quatro celas para 59 mulheres, dois menores e 16 homens. "Uma situação insustentável, que estamos tentando resolver faz tempo, solicitando as transferências", desabafou o delegado. Cansado com a falta de vagas o delegado decidiu ocupar o caminhão usado para as transferências. Estacionado no pátio, o veículo serve de cela, onde os presos se revezam a cada turno. Oito são colocados na caçamba do caminhão e oito ficam em uma cela de quatro metros quadrados. "Estamos sem água, sem condições, vamos tacar fogo aqui", ameaçavam na tarde desta quinta-feira, sob um forte calor. Hoje o caminhão era vigiado por investigadores de polícia, responsáveis também pela "troca de turno entre os presos". "Nós vamos ficar assim até que a secretaria de segurança pública decida removê-los para outros centros de detenção provisória". Esta quinta-feira foi dia de visita e a situação chamou a atenção dos familiares. "O que eles passam aí dentro não se faz nem com um cachorro", disse a doméstica Eni Paixão, que visitava a filha grávida de oito meses, que está presa. Problema intensificado O problema na cadeia de Ubatuba se intensificou depois que as duas cadeias masculinas do Litoral Norte - de Caraguatatuba e de São Sebastião - foram interditadas pela Justiça pela superlotação e falta de estrutura e passaram a não receber mais presos. O CDP de Taubaté, para onde iam os detentos do Litoral, também não recebe mais ninguém pois está superlotado. "Acabamos ficando com o problema do litoral todo. Somos em quatro carcereiros em cada plantão", contaram os funcionários, também revoltados com a situação. Por meio da assessoria de imprensa a Secretaria de Segurança Pública informou que já fez, há 20 dias, o pedido de transferência para a Secretaria de Administração Penitenciária e que a solicitação foi reforçada na quarta-feira, 05. Na SAP, por meio de nota oficial, a assessoria de imprensa informou que desconhece o problema dos presos no caminhão.

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