Porta-voz classifica fuzilamento como 'incidente' e diz que Bolsonaro não manifestou pesar

Presidente não se manifestou publicamente sobre caso no Rio em que músico foi morto após militares dispararem cerca de 80 vezes contra seu veículo. Rêgo Barros destacou necessidade de apuração 'correta e justa'

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Por Julia Lindner e Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA - O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, classificou como "incidente" o fuzilamento carro de uma família no Rio de Janeiro, alvejado por mais de 80 tiros no último domingo, 9. Questionado se o presidente Jair Bolsonaro fez algum tipo de manifestação de pesar pela morte de uma das vítimas, o músico Evaldo Rosa dos Santos, o porta-voz negou. "Não, não fez", respondeu. Passados dois dias, o presidente ainda não falou publicamente sobre o ocorrido.

Transtornada, a viúva fez nesta segunda um relato dramático Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Ao ser indagado se o fuzilamento causa constrangimento ao Planalto, o porta-voz classificou o episódio como "incidente". "A questão referente ao incidente com a morte do cidadão, eu repito: o Comando Militar do Leste e o Exército Brasileiro estão apurando os eventos em um inquérito policial militar, que está sendo acompanhado pela Justiça Militar e Ministério Público", disse.

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Rêgo Barros afirmou que o presidente Bolsonaro pede que o caso seja "o mais rapidamente elucidado", destacando que existe independência entre os poderes. Também defendeu que seja feita uma apuração "mais correta e justa possível". "As instituições do Exército Brasileiro, as instituições das Forças Armadas não compartilham com o equívoco dos seus integrantes, mas por óbvio precisa que seja feita uma apuração mais correta e justa possível."

O porta-voz disse, ainda, que o Palácio do Planalto "confia no desempenho e nas ações da Justiça Militar e do Ministério Público Militar e mais ainda nas ações do destacadas pelo Exército na condução do inquérito  para elucidação total do fato".

Sobre o fato de que Bolsonaro utilizar com frequência as redes sociais para comentar assuntos diversos relacionados à crimes e ao porte de armas, mas não ter mencionado o episódio em questão, o porta-voz desconversou. 

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