Possibilidade de chuva aumenta risco para casas interditadas

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Por Mônica Cardoso
Atualização:

A previsão de que poderia chover ontem ao longo do dia aumentou o alerta feito pela Defesa Civil para imóveis das imediações do templo da Renascer, no Cambuci. Oito casas da viela da Rua Robertson, 319, haviam sido interditadas anteontem pelo Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru) por causa do risco de desabamento de uma parede lateral da igreja, de 12 metros de altura. A queda de uma viga provocou inclinação de meio metro na parede. "Uma chuva forte é um grande fator de risco para derrubar essa parede", explicou o tenente Orlando Rodrigues Camargo Filho, coordenador da Defesa Civil. "A demolição terá de ser feita cuidadosamente para resguardar as casas." Restos de alvenaria caíram nos telhados das edículas de quatro casas da viela. Já uma parede do lado esquerdo apresenta uma fratura, o que provocou a interdição da loja de roupas Batom Club que fica ao lado da entrada da igreja, na Rua Lins de Vasconcelos. Esse foi o novo imóvel interditado. Segundo Camargo, será necessária perícia para apurar as causas do acidente. "É importante checar como foi feita a colocação de equipamentos pesados nas treliças, como aparelhos de ar-condicionado, já que o imóvel data da década de 50." Os moradores da viela puderam entrar ontem nas casas só para pegar os objetos mais necessários. Alguns foram para casa de parentes e outros, alojados pela igreja no Hotel Comfort, na Vila Mariana. A professora aposentada Rosa Mardegan Ribeiro, de 80 anos, se mudou, com a filha, para o hotel. Por mais de quatro décadas, ela morou na mesma casa, no número 35, da viela. "Vi tanta poeira que pensei que fosse um avião que tivesse caído." Ao longo dos últimos dez anos, moradores da viela entraram com diversas representações contra a igreja no Ministério Público (MP), por conta de barulho, tráfego intenso e desrespeito à lei.

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