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PP apoia petista, mas não pune 'desertores'

Segundo o presidente do partido, 22 dos 27 diretórios estaduais aderiram à campanha de Dilma Rousseff

Por Eugênia Lopes e BRASÍLIA
Atualização:

Um dia depois de o governo federal socorrer a estatal goiana de distribuição de energia Celg com um empréstimo de R$ 3,7 bilhões, a cúpula do PP formalizou ontem o apoio à candidatura da petista Dilma Rousseff no segundo turno. Ao lado do governador de Goiás, Alcides Rodrigues (PP), do ministro das Cidades, Marcio Fortes (PP), e de Dilma, o presidente nacional do partido, senador Francisco Dornelles (RJ), reiterou a adesão de 22 dos 27 diretórios estaduais à candidatura petista. Mas quem apoiar o presidenciável tucano José Serra não será punido. Ao receber o apoio do PP, a ex-ministra cometeu uma gafe: chamou a sigla de "partido popular" - o nome correto é Partido Progressista. "Estamos aqui para ratificar a posição da maioria, que é de apoio à ex-ministra", afirmou Dornelles. Ele reuniu ontem em sua residência, em um almoço, parte da cúpula do PP para dar uma demonstração de que o partido continua apoiando a petista. No primeiro turno, a sigla também aderiu a Dilma. Apesar do gesto de apoio explícito, os dirigentes do PP estão preocupados com a queda da petista nas pesquisas. "A eleição é duríssima. É muito disputada. Quem ganhar vai ser por poucos pontos de diferença", previu o ex-líder do PP na Câmara, Mario Negromonte (BA). "Afinal, se tiver 51% a 49% está muito bom." Negromonte aproveitou para partir para acusar o presidenciável tucano, José Serra, de fazer "dossiês" contra seus adversários. "Ele está jogando muito baixo." Segundo Dornelles, o PP não vai enquadrar os diretórios que optaram por ficar neutros ou resolveram integrar a campanha do tucano. "Não administro este partido na base da chibata", argumentou Dornelles, que foi ministro no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. Os diretórios de Rio Grande do Sul, Paraná e Minas apoiam a candidatura tucana. São Paulo e Santa Catarina preferiram a independência. O deputado Celso Russomanno, derrotado na disputa pelo governo paulista, já declarou apoio à petista. Na reunião, a cúpula do PP entregou a Dilma quatro propostas que o partido quer que sejam inseridas no programa de governo. A primeira é a alteração no Super Simples, a fim de reduzir a tributação das micro, pequenas e médias empresas. As outras são: desoneração dos investimentos, agilização do sistema de defesa comercial para proteger a indústria brasileira e, por fim, a implantação de um programa de desburocratização.

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