'Prazo de validade' de caixas-pretas de voo da Air France já se esgotaram

Airbus A330 da Air France caiu no Atlântico em 1 de junho do ano passado, matando 228 pessoas

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Por Redação
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As duas caixas-pretas que estavam a bordo do Airbus A330 da Air France acidentado no Atlântico – já tiveram seu “prazo de validade” esgotado há cerca de 10 meses atrás.

 

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Os transmissores de sinais de rádio presentes nesses equipamentos, que funcionam a bateria, são certificados para emitir sinais ininterruptamente por até um mês. Podem até continuar funcionando depois disso, mas não há nada que garanta que haja mesmo esse “prazo extra”. Os especialistas, no entanto, são unânimes em afirmar que, passados seis ou sete meses, não há como as caixas continuarem funcionando.

 

Sem os sinais, fica praticamente impossível encontrar os equipamentos no leito escuro do oceano. Para facilitar as buscas, as duas caixas – o CVR (Cockpit Voice Recorder, que grava voz) e o FDR (Flight Data Recorder, gravador que registra mais de 200 parâmetros de voo) – são de cor laranja berrante e construídos em resina e liga metálica, à prova d’água, capazes de emitir sinais a mais de 6.000 metros de profundidade.

 

De nada adianta isso, no entanto, na área do acidente, onde a profundidade é de 2.000 a 3.000 metros, o que faz com que no leito, onde estão possíveis destroços do Airbus, não chegue nenhum raio de luz solar.

 

Sem os sinais de rádio – as caixas emitem ondas em baixas frequências, em 37,5 kHz, que podem ser lidas por scanners especiais em navios e submarinos  – trata-se de operação semelhante a procurar um grão de areia numa piscina, segundo afirmaram especialistas na época.

 

As caixas pretas ficam posicionadas na cauda da aeronave, ponto menos suscetível a impactos. Os rádios são projetados para entrar automaticamente em funcionamento quando molhados, ou mesmo quando sofrem uma desaceleração brusca.

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