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Preço de imóveis no bairro deve subir 40%

Mercado calcula que presença da polícia na Rocinha vai valorizar São Conrado, mas não imediatamente

Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO DE JANEIRO - Depois de pelo menos duas décadas de incertezas e de uma gradual desvalorização dos imóveis, o bairro de São Conrado vê o iminente apaziguamento da Rocinha com grande expectativa. Corretores e moradores estimam que os valores de apartamentos e casas sejam elevados em até 40%. Mas isso só deve acontecer em seis meses, se a situação estabilizar.

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Não será como aconteceu em Botafogo, nas proximidades do Morro Dona Marta (o primeiro a receber uma UPP, há três anos), acredita Pedro Carsalade, presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi). "Em Botafogo, a valorização (em alguns casos de 100%) foi rápida. Mas o Dona Marta é muito menor (tem um décimo da população da Rocinha) e há o batalhão da PM quase em frente."

Os proprietários do entorno da favela sofrem com a dificuldade de comercializar e alugar seus imóveis, o que aumenta quando se registram episódios sangrentos, como as guerras entre traficantes de 2004, 2006 e 2008, ou impactantes por sua ousadia – em 2010, o bando de Nem, em fuga, invadiu o Hotel Intercontinental, o que espantou os hóspedes por um bom tempo.

Calcula-se que a desvalorização no bairro gire em torno de 30% – o que vale para apartamentos em condomínios com piscina, quadras de tênis e playground, erguidos nas décadas de 1970/80, época de pré-tiroteios, assim como para mansões de mil m² cravadas no meio da área verde remanescente.

Confiança. Um apartamento de 200 m² que na Gávea, Jardim Botânico ou Leblon varia entre R$ 2,5 milhões e R$ 4 milhões; no Village São Conrado, de frente para o morro, "não chega a R$ 1 milhão", diz o corretor Jarbas Coutinho, da Gávea Rio Imóveis, com experiência de 30 anos na região. "Em São Conrado sempre se teve medo de bala perdida. Perdi um negócio no meio quando invadiram o hotel. Vai demorar para criar confiança."

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