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Prédios que sofreram arrastão em São Paulo têm falhas comuns de segurança

Por Camilla Haddad
Atualização:

Os quatro prédios alvo de arrastões na capital desde janeiro apresentam falhas em comum na segurança. A convite da reportagem, Luiz Carlos Andrade, diretor da Rudi Consultoria, empresa que presta serviços no setor, visitou os condomínios. Em nenhum havia portarias distintas para morador e visitante. E as câmeras não tinham "visão panorâmica" da rua. "É fundamental que o porteiro possa ver a movimentação na rua. O criminoso pode aparecer de um ponto que o funcionário não tenha visibilidade", afirma o especialista. Segundo Andrade, dois dos prédios visitados, um nos Jardins, zona sul, e outro em Higienópolis, no centro, têm portarias recuadas, distantes da entrada do prédio, o que dificulta a visão dos funcionários. No prédio de Higienópolis, os bandidos fizeram o arrastão à noite, quando um dos moradores saía para levar o cachorro para passear e foi rendido por um homem armado. "A guarita desse prédio não é operacional. Fica nos fundos", diz Andrade. Para piorar a situação, no momento em que a reportagem chegou ao local, o funcionário conversava com uma pessoa e estava totalmente distraído. Além disso, a região onde fica o prédio é escura. O poste de luz está coberto por uma árvore. "Os moradores podem pedir que a Prefeitura faça a poda", orienta. No mesmo prédio, enquanto o morador saía de carro pela garagem, o portão ficou 17 segundos aberto. O ideal são 10 segundos. No prédio dos Jardins, apesar da grade alta, com cercas elétricas, o especialista diz que a eletricidade estava desativada e nas grades havia grande quantidade de vegetação atrapalhando a visão. No condomínio de Perdizes, que sofreu o arrastão mais recente do ano, outro flagra: o faxineiro demorou 15 minutos para levar o lixo para a rua. O portão ficou aberto e sem vigilância. "Um prédio desse porte poderia ter outro funcionário para dar suporte."

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