Prefeita gaúcha proíbe chimarrão

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Os 1,5 mil funcionários públicos municipais de Lajeado (RS) estão proibidos de tomar chimarrão durante o expediente. A ordem de serviço foi baixada pela prefeita reeleita Carmem Regina Pereira Cardoso (PP) e entrou em vigor no primeiro dia deste ano. O objetivo é melhorar a qualidade do atendimento aos 70 mil habitantes do município do Vale do Taquari, a 120 quilômetros de Porto Alegre. Uma lei estadual, de 2003, reconhece o chimarrão como um dos símbolos dos gaúchos. Na avaliação da administração municipal, porém, manter o hábito durante o expediente toma tempo e reduz a produtividade dos funcionários. A bebida, composta de água quente e erva-mate, é sorvida de uma cuia por uma bomba. Um único recipiente serve a diversas pessoas. Muitas vezes, o servidor se desloca de seu setor para outro, onde a bebida é servida, e fica por lá até terminar de sorver o líquido da cuia. O tempo gasto no ritual é maior do que o de um cafezinho, que segue permitido. O hábito do chimarrão é arraigado tanto em repartições públicas quanto em empresas privadas em todo o Rio Grande do Sul. Segundo a secretária da Administração de Lajeado, Eliana Ahlert Heberle, a decisão foi tomada pela prefeitura depois da análise dos pedidos encaminhados pelos cidadãos às urnas de sugestões ou à ouvidoria digital. "Nosso compromisso é com o contribuinte, que deve ser atendido rapidamente", diz Eliana, lembrando que a prefeitura de Lajeado é uma das poucas do Estado que participa de Programas de Qualidade Total. "Também gosto de chimarrão, mas para as horas de descanso e de conversa com os familiares e os amigos", ressalta a secretária. Com a medida, a prefeitura vai economizar apenas o tempo das nove serventes que preparavam as 18 cuias de chimarrão que circulavam pelas suas dependências diariamente. A erva-mate era custeada pelos funcionários. Embora parte dos servidores lamente, a tesoureira da Associação dos Funcionários da Prefeitura de Lajeado, Ivane Balico, diz que a entidade não vai contestar a decisão. "Vamos sentir falta, mas continuaremos bebendo em casa." A Associação Comercial e Industrial de Lajeado aprovou a iniciativa da prefeitura, lembrando que o cliente não sai satisfeito se tem de esperar até o funcionário terminar o chimarrão. Já o Instituto Escola do Chimarrão, entidade dedicada à divulgação da bebida, criticou a medida. "É um contrassenso", afirma o diretor-executivo Pedro José Schwengber. "Além de tradicional, o chimarrão é estimulante, mantém a pessoa ativa, não toma tempo e integra as pessoas."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.