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Prefeito de Jaboatão interdita lixão

Por Agencia Estado
Atualização:

O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Fernando Rodovalho (sem partido), decretou a interdição do Aterro Sanitário da Muribeca - que recebe o lixo do município e do Recife - proibindo o acesso e descarregamento de dejetos sólidos no local. Setenta homens da guarda municipal cumpriram a determinação, impedindo a entrada de caminhões carregados de lixo, que formaram uma fila de aproximadamente dois quilômetros. Diariamente o aterro recebe cerca de 2 mil toneladas de lixo, sendo 1,3 mil tonelada da capital. O prefeito do Recife, João Paulo (PT), chamou o colega de "irresponsável, insano e traiçoeiro" por ele ter tomado uma medida "sem levar em consideração o estado de calamidade pública que ela provoca, e sem comunicar ou conversar com ninguém". E pretende ainda hoje entrar na justiça com um mandado de segurança para liberar o lixão. A atitude do prefeito de Jaboatão faz parte de uma guerra que vem sendo travada entre as duas prefeituras desde o início do ano. Embora se localize no município vizinho, o aterro é administrado pelo Recife há mais de 10 anos, através de um convênio entre as duas prefeituras e a Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana (Fidem), do governo estadual. Rodovalho reivindica a administração do lixão, alegando que, embora denominado "aterro sanitário", ele funciona como um lixão e não vem sendo operado como devia. Segundo ele, a atual prefeitura não cumpriu metas como a de fazer um dique para barrar o chorume (ou lixívia, substância negra que escorre do resíduo do lixo), promover ação social com os catadores e realizar um tratamento ecológico. Para justificar o decreto de interdição, ele apresentou um laudo da presidente da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos, Maria Helena de Andrade Orth, condenando o lixão e indicando problemas sociais, ambientais e sanitários. O prefeito de Jaboatão afirmou ainda que o aterro está sem alvará e que a licença do órgão estadual de meio ambiente (CPRH) venceu no ano passado. A Prefeitura do Recife rebateu as acusações, garantindo que toda a documentação está atualizada, reconhecendo pendência nas obras de melhoramento, que estão sendo acompanhadas pelo Ministério Público (MP). "Não se faz uma estação de tratamento da noite para o dia", afirmou o prefeito da capital, que pediu ao MP dilatação do prazo para a realização das obras. Pela dificuldade de identificar os caminhões carregados com lixo do Recife e de Jaboatão dos Guararapes, nenhum veículo pôde despejar os dejetos no aterro.

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