Prefeito de Santos teme cancelamento de obra da Perimetral

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Por Agencia Estado
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O prefeito de Santos, Beto Mansur (PPB), acha normal que as licitações sejam suspensas no início de um governo para uma revisão, como no caso da Avenida Perimetral nas duas margens do porto de Santos. Teme, porém, que a obra seja cancelada. "Não vejo qualquer problema na suspensão da licitação para análise pelo governo que está assumindo, pois isso é uma coisa normal, e confio em que a obra será realizada porque é de interesse nacional e vai evitar o gargalo que pode comprometer o esforço de exportação do governo", disse Mansur. Segundo o prefeito santista, 5.500 caminhões transitam diariamente pelas ruas da cidade e a situação está se agravando. "O movimento portuário vem crescendo ano a ano e há necessidade de investimento por parte da União para que a falta de infra-estrutura não venha onerar as operações e prejudicar as exportações, tão necessárias à economia do País", comentou Beto Mansur. Diante da gravidade dessa situação, a Prefeitura vem reivindicando há anos a construção da perimetral e já havia verba consignada no orçamento do ano passado para sua realização. "O governo Fernando Henrique demorou e acabou abrindo a licitação já no final da gestão e eu mesmo tinha comentado com o então ministro dos Transportes, João Henrique de Almeida Souza, que o PT poderia suspender a licitação", disse o prefeito. Reconhece que é uma obra cara, em torno de R$ 300 milhões, "mas que precisa ser realizada de qualquer modo". Beto Mansur acha que, assim que a licitação for revista pelo novo governo, a obra será iniciada, e há dinheiro reservado para ela no orçamento da União. Para o prefeito, "os 70 deputados federais e os três senadores paulistas colocaram emenda no orçamento de 2003 garantindo a verba necessária e a obra é uma posição da bancada de São Paulo, que é bastante considerável, pois representa 10% do Congresso Nacional". Ao defender investimento federal no porto de Santos, o maior da América Latina, Beto Mansur lembra que há muitos anos a União não investe na infra-estrutura portuária santista. "Nas últimas décadas, o governo federal não colocou recursos no porto e ainda tirou para investir em portos dos outros Estados", reclamou o prefeito. "Com o processo de modernização, só houve investimento privado no porto e está na hora de a União investir na infra-estrutura para não comprometer todo o esforço realizado na melhoria do serviço portuário, que está possibilitando a quebra contínua de recordes." Se isso não ocorrer, Beto Mansur entende que "haverá um gargalo no início e no final do processo, pela lentidão do transporte por caminhões".

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