PUBLICIDADE

Prefeito transfere gabinete e despacha de Rodovia

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de mil sem-terra e assentados que participam da marcha pela paz, promovida pelo Movimento dos Sem-Terra, vão acampar às margens da rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), a oito quilômetros de Presidente Prudente. Eles foram impedidos de entrar na cidade pelo prefeito Agripino Lima (PTB), que organizou um bloqueio da rodovia com máquinas e pneus. Até o final da tarde, nenhum órgão público havia conseguido a liberação das pistas. O prefeito, por sua vez, diz que também não sai do local e transferiu seu gabinete para a rodovia. Ele insiste que os sem-terra só entram na cidade se passarem sobre o seu cadáver. MP estuda pedir desbloqueio O promotor de Justiça Nelson Bugalho estudará a possibilidade de entrar ainda nesta terça-feira com um pedido de liminar junto ao Ministério Público para a desobstrução da rodovia Assis Chateaubriand (SP-425), no trecho entre os municípios de Presidente Prudente e Pirapozinho. Um pedido de reintegração apresentado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), através da Superintendência da entidade, em São Paulo, ainda não foi julgado. A pista está totalmente bloqueada por duas barreiras de pneus e seis máquinas da Secretaria Municipal de Obras e da Companhia Prudentina de Desenvolvimento (Prudenco), a mando do prefeito de Presidente Prudente, Agripino Lima (PTB), e impede a passagem de militantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) até o centro da cidade. O ato tem o apoio de integrantes da UDR (União Democrática Ruralista). Desde as 9h, caminhões, ônibus e carros de passeio são obrigados a pegar um desvio através da rodovia Raposo Tavares para chegar ao Mato Grosso do Sul ou, no sentido contrário, ao Paraná. O desvio aumenta o percurso em 30 quilômetros. Processo O promotor André Luís Felício confirmou a possibilidade do prefeito ser denunciado pelo bloqueio. "Nosso interesse, no momento, não é só a desobstrução da pista, mas também as consequências jurídicas desse ato. Os responsáveis poderão até responder civil e criminalmente pelo ato, que fere a carta constitucional. Por hora, o Ministério Público está acompanhando o caso à distância, propositadamente, porque a Polícia Militar está lá". Felício esteve no local no período da manhã e elogiou a negociação mantida pelo coronel Aldo Cabrigna, comandante da Polícia Militar, com os sem-terra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.