Prefeitura apresenta projeto para o Carandiru

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A proposta da Prefeitura de São Paulo em ajudar na desativação do Complexo do Carandiru foi bem recebida pelo governo do Estado, segundo o secretário estadual de Planejamento, André Franco Montoro Filho. A idéia de cooperação foi apresentada ao governo paulista hoje em reunião, no Palácio dos Bandeirantes, dos secretários municipais Rui Falcão (Governo) e Jorge Wilheim (Planejamento Urbano) com o secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Antônio Angarita, e com Montoro Filho. "O governo do Estado vê com satisfação a boa vontade da Prefeitura de fazer um programa de operação urbana que viabilize a desativação do Complexo do Carandiru", disse Montoro Filho, acrescentando que a proposta apresentada pelo governo municipal será levada ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). A Prefeitura quer realizar na região, onde está localizado o Complexo do Carandiru, em Santana, na zona Norte da cidade, uma operação urbana para atrair investimentos e arrecadar recursos que seriam destinados à construção de dez novos presídios cada um com capacidade para 700 detentos. O Complexo do Carandiru abriga atualmente 7.200 presos. Realizando na região uma operação urbana, o município poderia arrecadar fundos que seriam repassados ao governo do Estado para a construção de outros presídios. A operação urbana, que já foi implantada nas regiões da Faria Lima, Água Branca e Centro, é um mecanismo que permite aos empresários construir acima da Lei de Zoneamento. Essa diferença do potencial construtivo é autorizada mediante contrapartida financeira para o poder público. A operação urbana na região do Carandiru depende de aprovação da Câmara Municipal para ser viabilizada. Segundo Montoro Filho, para a viabilização da parceria entre Estado e Prefeitura é necessário, além da aprovação de Alckmin, realizar estudos de como a proposta seria colocada em prática. "Você só vai poder ter utilização lá quando houver vagas para os presos (em outros presídios). E as vagas para os presos significam recursos financeiros. É necessário verificar como será possível isso (obter dinheiro), se será pelo próprio projeto (operação urbana). São questões que precisam ser estudadas tecnicamente e financeiramente", disse o secretário estadual de Planejamento. O secretário municipal de Planejamento Urbano, Jorge Wilheim, explicou que não é necessária a completa desativação do Carandiru para que seja iniciada a operação urbana. Ele afirmou ainda que, pela proposta da Prefeitura, ao implantar o projeto de operação urbana na região do Carandiru os empresários interessados em investir vão obter certificados que os credenciarão a construir empreendimentos em outras áreas da cidade onde também estão em funcionamento a operação urbana. Isso poderá ser lucrativo, já que os valores de mercado diferem de uma região para outra. "A operação urbana na região do Carandiru não se destina a encher aquela área com edifícios. Isso não interessaria à cidade. Nós queremos ter lá um parque, um terreno esportivo, equipamentos sociais, habitação e até mesmo escritórios. O potencial construtivo da área terá valor no momento em que ele é transferido para as demais operações urbanas, seja a Faria Lima, a Água Branca ou para as demais que estamos elaborando", afirmou Wilheim. A proposta da Prefeitura prevê ainda que, ao transformar a região em uma área de operação urbana, o terreno de 450 mil metros quadrados onde hoje está o Carandiru deixe de ser do Estado e passe para a Prefeitura, que pretende transformar o local em um parque.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.