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Prefeitura de São Paulo corta verba do Saúde da Família

Por Agencia Estado
Atualização:

A prefeita Marta Suplicy (PT) está cumprindo a determinação de estagnar o Programa Saúde da Família. Durante a campanha que a elegeu, a idéia era chegar a 1.700 equipes até o fim de 2004. Mas isso já foi deixado de lado. Só neste ano o projeto já perdeu R$ 24 milhões para cobrir outras despesas. As divergências sobre manter ou não as metas foram decisivas para a saída do ex-secretário Eduardo Jorge e ainda hoje causam desconforto a diversos políticos do PT. Nesta quarta-feira, o Diário Oficial do Município trazia uma transferência de R$ 20 milhões do Saúde da Família para o pagamento de gratificações aos servidores das unidades de saúde municipalizadas. A transferência visa a diminuir a burocracia dos pagamentos aos funcionários das unidades municipalizadas. Outros R$ 4 milhões foram transferidos em fevereiro para pagar aluguel de veículos, contas de água, luz e gás, entre outras despesas. As transferências revelam na prática a intenção de manter o número de equipes como está. Atualmente, a cidade mantém 700 grupos, mas quase 150 deles estão incompletos, formados apenas por agentes de saúde comunitários. O problema, segundo políticos do próprio PT, é que não houve equilíbrio entre os investimentos para ambulatórios e hospitais e os investimentos para o Saúde da Família. Os R$ 20 milhões foram transferidos com base em um decreto aprovado pela Câmara que destinava R$ 30 milhões para as gratificações. O secretário da Saúde, Gonzalo Vecina, afirmou ontem que o gasto este ano não deve chegar ao total aprovado na Casa. Mas ele mesmo admite que não há condição alguma de se manter as expectativas do início do governo. "Já tomamos a decisão de não expandir o programa para o que estava previsto." Segundo o secretário, a meta da Saúde agora é reforçar os serviços de atendimento de urgência. "Temos muita fila de espera nos hospitais e postos de saúde." A meta inicial para o Saúde da Família era, segundo ele, baseadas numa perspectiva de crescimento da economia brasileira. Mas para triplicar de tamanho o programa - por essa equação - o Brasil entraria para o livro de recordes com um crescimento de quase 200%. Mas Vecina aponta outros gargalos que levaram a Saúde a fechar dois anos consecutivos no vermelho. "Nossos hospitais recebem contrapartida de apenas 50% pelos serviços que prestam, mas isso está sendo negociado com a União."

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